TÔ NA RETA? TÁ, PODE DESCER
TÔ NA RETA? TÁ, PODE DESCER.
Se alguém comentar que era sacanagem, discordo. Se alguém sorrir, afirmando ter sido matreirice, criancice, acertou em cheio!
O título poderia ser também o seguinte: _ Os moleques, o Marechal e o muro do cemitério. Mas, ficaria muito comprido. Longo demais. Prefiro o “Tô na reta? Tá, pode descer.” Os anos se passaram, ou passamos pelo tempo. Dizem que o certo é passar pelo tempo.
O fato foi o seguinte: Roubávamos mangas na horta do Marechal, nossa turminha, é claro, uma meia dúzia de “moleques’. Para chegarmos até lá, tínhamos que subir o muro da horta dele. Conseguida a proeza, nos fartávamos, nos “tascávamos” como diz um amigo, era manga pra cá e manga pra lá até estufar o estômago.
Na volta, a retirada era mais difícil. Dependurávamos no muro do marechal e perguntávamos e soltávamos o corpo caindo exatamente em cima do muro do cemitério.
Um dia, um de nós perguntou:
- Tô na reta? Veio a resposta: Tá, pode descer! Ele soltou o corpo. Foi cair dentro do cemitério. Uma mistura de alvoroço, medo e gritaria se apossaram dele, do infeliz aventureiro.
E lá fora, na rua, todos, sem exceção, riam até chorar!
E o “tô na reta “ ficou famoso desde então!