Ai! A crise!   
 
 
    No decorrer do dia, lá por volta das 13h30min, assisti pela RTP radio e televisão portuguesa a entrevista de um simpático português, que tem lá seus sessenta anos de idade. O simpático português dizia de sua incredulidade, quanto aos poderes destruidores da declamada crise econômica mundial, no entender do português a tal crise inexiste, pois se pessoas pagam uma pequena fortuna para assistir o show da Madona. Por que ele ficaria preocupado, já, que pessoas pagam para ver um show ruim a importância que pode alimentar em alguns lugares do mundo uma família inteira por muitos dias. Tal raciocínio me remeteu, a uma interessante estória que ouvi em uma palestra. Segue a estória:     “ havia em um país distante, um pequeno produtor rural que vivia em uma região liberta das informações que a mídia despeja diariamente em nossas casas, em tal região; jornal, televisão, internet, radio, não tinham a mínima importância. Pois, havia muito trabalho e tempo nenhum para noticias. O que importava era o ir e vir das águas das chuvas, o sol, e as frutas em seu tempo certo de colheita. O pequeno produtor tinha excedente de produção de frutas e resolveu, vende-las na beira da estrada. Produto de boa qualidade (sem agrotóxicos) teve venda fácil, Pois bem o cidadão é chucro, mas não é burro, e voltou a vender e vender. Montou, pois, uma barraca. E fruta vendeu... e vendeu... O negócio cresceu e o capiáu aumentou o tamanho da barraca e passou a guardar dinheiro para os filhos irem para a escola na capital. Decorreram anos e já idoso o fruteiro estava bem, ( financeiramente) tinha por aqueles tempos três quitandas bem sortidas e já comprava frutas de outros produtores, pois, já tinha clientela que solicitava entregas semanais para fornecimento a restaurantes. O velho quitandeiro tinha orgulho do filho mais velho que fazia faculdade de administração na capital. E estava contente, pois o filho logo voltaria formado para casa. É o jovem voltou à casa paterna e a dura vida no campo, onde a maior crise que houvera fora causada pelas chuvas torrenciais que derrubou frutas do pé e destelhou casas. O jovem estava bem informado e preocupado com a crise mundial. Chegando a casa paterna viu que o pai tinha planos de crescimento, e exasperou-se. A crise pai, disse! A crise repetiu... Não podemos fazer loucuras, e assim o jovem administrador em seis meses faliu o negocio do velho pai, e permaneceu repetindo: A crise!...”
         Retornando ao inicio desta, não posso deixar de expressar minha ojeriza por estes discursos pessimistas da burguesia caquética, apologista do caos. Porque ao que parece ama o caos, pois só assim pode choramingar suas dificuldades, comprar livros de auto-ajuda e ao mesmo tempo ganhar alguma merreca com os juros altos, comprar seu AP no litoral e lamentar pelos pedintes que ficam por ai perturbando. Nestes tempos em que a neuropsiquiatria aponta para a construção mental pessimista, egoísta, e viciada em emoções destrutivas como causa das enfermidades existentes na humanidade permanecerem neste repeteco é façanha a ser desestimulada.
           Se estou desconectado da realidade? Ah! Eu devo estar! E que bom prá mim!
 
 
Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 12/10/2008
Código do texto: T1224375
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