"Divagando..." =Crônica?=

Recordações...Recordações são como cédulas antigas de dinheiro. Não valem nada, já eram, perderam seu valor no correr do tempo, mas quando a gente as tem não quer se desfazer delas. Valem, e muito, para nós que as temos em excesso e não nos conformamos em vê-las transformadas em papel sem valor monetário algum ou em saudades que a ninguém mais diz respeito. Melhor guardar do que jogar fora. Tanto no caso das cédulas quanto no das recordações. Pensando bem, não ocupam lugar. Amontoam-se em um cantinho da mente, ou da gaveta, e não incomodam a terceiros. Às vezes, muitas vezes, incomodam apenas a gente. E como...

Se guardássemos tantas cédulas quanto guardamos recordações no decorrer da vida, seríamos, ou teríamos sido, todos, milionários. Todos teríamos cofres cheios de notas de diversos valores estocadas.

Há momentos em que é bom parar e recordar. Há momentos em que a gente balança a cabeça e procura jogar para longe uma recordação incômoda. Aqueles momentos, por exemplo, que nos mostram, como em um flash, erros graves cometidos, um longo instante de indiferença nossa, de desumanidade cometida, de ganância, de soberba, de orgulho besta e insensato, de vanglória estúpida, de maledicência ou cupidez. Enfim, momentos que na hora parecem doces, depois amargam com o tempo e a consciência adquirida através das surras da vida.

Recordar é viver...Recordar é remoer...Recordar e sorrir...Recordar e chorar...Recordar e querer esquecer...Recordar e lamentar por ver que tudo se tornou apenas recordação...Recordar e re-sofrer...Recordar e querer esquecer...Recordar e chorar pelo tempo perdido...Recordar, estremecer, e agradecer a Deus pela ajuda oportuna naquele momento de estupidez.

Recordar...Pensando bem, é melhor esquecer e considerar cada dia como o primeiro dia do resto de nossas vidas. Acho que é...