"Não há liberdade sem dinheiro."
Como explica o doutor Drauzio no fantástico, a juventude promove mudanças nos neurônios que por sua vez se encarrega de mandar hormônios para o sangue e forma as características próprias da adolescência.
Uma das características mais marcante na adolescência é a busca pela liberdade, o jovem se sente preso e tenta buscar algo mais emocionante para fazer e para viver, sua fuga, rebeldia ou qualquer coisa desse tipo, só dura enquanto o jovem puder se manter, não há liberdade sem um pouco de autonomia, ou seja, dinheiro.
Caso venha a faltar essa autonomia, o projeto do jovem balança, treme e às vezes chega a ruir, o desemprego lhe tira toda a dignidade, sua liberdade vai se transformando em um filme de terror, onde ele o protagonista pode até sobreviver, porém, vai ter que passar por muitos sofrimentos, terrores e agonia.
Quando não há a liberdade cifrada, fica difícil acompanhar o ritmo dos amigos, que com o tempo vão ficando cada vez mais escassos e se caso ainda não tenha uma namorada, isso se torna uma missão impossível, que só os Tons Cruises da vida, poderão realizar.
Essa é a fase da vida onde o jovem se sente privado de sua vitalidade, não há como ir para as baladas, porque não há o que gastar, não há o que vestir, não há o que calçar.
A falta de dinheiro é semelhante a uma deficiência que tira os movimentos da vitalidade juvenil, obrigando-os a voltarem a serem crianças e a depender outra vez dos pais, que por sua vez já não vê os filhos mais com crianças, e por isso não os trata mais como crianças.
Enfim, o projeto dessa tal liberdade é adiado, às vezes até esquecido, o jovem tenta recomeçar e a cada recomeço, ele perde as suas características e ficam cada vez mais parecidos com seu pais biológicos ou psíquicos, pais esses que nada mais são do que outros jovens que também tiveram que adiar a sua liberdade, para se tornarem pais, ou garantir o seu lugar na sociedade, para que os jovens descendentes possam gozar aquilo que eles não puderam.