Ser diferente de tudo e de todos, de nós mesmos...
Manhã gelada de um dia de inverno no berço da colonização suíça do Brasil, sendo mais preciso estado do Rio. Despertador, pra quê? Afinal de contas, a corneta do soldado do bombeiro é meu ápice do fazer despertar. E olha, que só não fui bombeiro, porque de bom mesmo, só me lembro do dia deles, onde no quartel, de tudo um pouco ganhávamos, e o que mais atiçava a molecada, era subir e andar de carro de bombeiros, e depois entrar naquela famosa chuva de espuma. De lembrança que muito me marca, o café da manhã em família, todos a mesa, e meu saudoso pai, sempre sorridente e alegre, para iniciar mais um dia de luta. A mamãe tinha a casa para como lida, as tais “do lar”. Eu e meus irmãos, pasta nas mãos, e como faróis de neblina a cortar a serração nos colocávamos pela rua cumprida afora, a cada metro reduzido, percebíamos os feitos daquela manhã. Até então, chegarmos ao imponente castelo medieval, que com seu preencher, uma infinidade de salas fazia-se existir. E ali começa um conto, que mais se assemelha a uma história, mas se desfaz desta, pois são apenas momentos que se pestanejavam num viver de moleque, num correr entre os amigos daquele ano passado, que agora transformado em doutores muitos, quando não até bombeiros, mas de verdadeiro mesmo, homens de um Brasil de um século diferente. Das vezes que uns assimilavam a sala da diretora, aos que uns em sopapos saiam na hora marcada no terreno empoeirado, que hoje um ginásio lá esta. Dos muitos, que de suas notas vermelhas os afastavam das diversões noturnas, de uma banda que ali balançava suas baquetas e talabares. De treinos de um vôlei de épocas sem prestigio, mas de uma bola encharcada e cascuda. De olimpíadas internas criadas para todos, mas disputadas por poucos, como prenuncio de um futuro copiado. Ah! Tudo é tão diferente, todos somos tão diferentes, e numa pergunta de minha cópia neste dia de hoje. O que é ser diferente? A quem basta ser diferente? Seria copiar promovendo uma mudança, ou seria ser autentico, mesmo que fosse a reedição de um século deixado na história. No âmago de meu viver, na rotula de uma indagação, ou seja, na descida do entrar espremido. Ser diferente é a cada dia, tentarmos ser, nós mesmos, ser aquilo, que não a moda ou o momento nos diz que devemos ser. Mas sermos de fato e de direito, doutores da lei, operadores de um direito juspositivista, onde basta que sigamos e façamos seguir o que está positivado para todos, ai sim, posso dizer, eu sou diferente!! Nós somos diferentes!!.
Junior – Um sonhador.