O “Chalé da Montanha” e sua importância na formação da familia.
A boa educação familiar nos ensina que não podemos nem devemos nos prender a bens materiais, pelo menos foi com essa filosofia que me criei, repassando-a para os filhos e estes, naturalmente, aos netos.
Entretanto, existem casos em que determinado bem patrimonial, principalmente aqueles obtidos com o resultado de grande sacrifício e perseverança, torna-se para nós um troféu, jamais desvalorizado e esquecido.
No “Solar dos Lobato”, meu atual aconchego nesta aprazível cidade de Miguel Pereira, desde 1995 permaneço graças a DEUS, desfrutando da maravilhosa união familiar, bem como recebendo carinhosamente os demais familiares e amigos mais próximos.
Para que esse magnífico estágio acontecesse, necessário se tornou que a sólida base fosse originada no aconchegante lar da residência do Rio de Janeiro, conhecida como “Chalé da Montanha” por ter sido construída em terreno íngreme, distante doze metros do nível da rua. Só DEUS sabe o quão difícil e penoso para mim e toda a família foi a sua morosa erguida. Atualmente, encontra-se reformada e modernizada, em função de muita persistência e árdua luta.
Lá aconteceram fatos inesquecíveis que compuseram todo o contexto norteador de um processo de vida em família, onde se destacam o amor fraterno, a educação, o respeito, a compreensão e outros fatores que consolidam o alicerce forte para a manutenção de uma vida saudável e feliz.
Estas são as razões que me prendiam àquela antiga moradia. No entanto, o tempo, implacável demolidor de anseios, colocando-nos na realidade, mostrou-me a necessidade de desfazer-me dela, devido também à insegurança notadamente existente no grande Rio, situação amenizada aqui na cidade serrana.
Por tudo isso, ontem, ao deixar o Cartório e entregar as chaves ao novo proprietário, disse-lhe, visivelmente emocionado;
- Marcos, eu estou pedindo a DEUS que lhe abençoe e o faça feliz em sua nova casa, assim como ocorreu comigo e a querida família.
Então, já a caminho de volta, mais conformado, ponderei e refleti, concluindo que eu tive a dádiva Divina de vivenciar essas sensações de apego e desapego de algo do qual considero importante.