O Guarda e uma noite de ocorrências

Saiu calmamente para trabalhar naquela noite enluarada, as estrelas tomavam conta do céu e tudo parecia que seria uma noite muito calma. Em passadas apressadas, devido ao adiantado da hora, o guarda se dirigia ao seu plantão.

Tudo parecia estar tranqüilo; fato anormal somente uma reunião, da qual deveria participar, no meio da madrugada.

Foi então que a Emergência chamou:

“Emergência, emergência manda uma viatura aqui, manda uma viatura aqui, rápido, rápido... Vão acabar com ele... rápido, rápido”

“Onde você está, passe a localização?” Pergunta aflito o Guarda.

“ Entra na padaria, primeira à direita, depois duas à esquerda, rápido, rápido, manda reforço.”

“Aonde você está? Passe a localização para que eu possa mandar a viatura ”

“Rápido, rápido, entra na rua da padaria, primeira à direita, depois duas à esquerda, eles vão acabar com ele...”

Novamente, o Guarda já nervoso:

“Eu preciso da localização, você tem que me dizer o bairro onde está para que eu possa mandar o viatura!”

Já numa noite tumultuada, os nervos à flor da pele, outra ocorrência:

“É da emergência? Manda uma viatura aqui, estamos sozinhos e um bando querendo nos pegar!”

“Por favor, fiquem calmos, a localização”.

“Entra aqui, na praça, entra aqui, logo você vai ver”.

“Por favor, a localização, qual a praça?”

“Essa aqui, a grande, manda rápido”.

“OK, qual o bairro?” Já conformado com as desinformações, perguntou o guarda.

“No centro, no centro...”

Então, já mais calmo, por volta das três horas, o guarda atende ao telefone, uma senhorinha do outro lado:

“Seu guarda, eu fui ao médico e saí agora, estou sozinha aqui na praça, não tenho ninguém que me leve embora, o senhor não poderia me levar para casa?”

“Pois não, senhora, vou passar para a viatura e verificar a possibilidade, aonde a senhora está?”

“Eu estou aqui, na praça!”

“Senhora, por gentileza, o local”. Haja paciência para o guarda!

“O local é bonito, uma praça linda, mas eu estou com medo de ficar aqui sozinha, o senhor não poderia vir logo?”

“Senhora, por favor, eu preciso saber o endereço para poder encontrá-la, qual a praça?”

“Aquela grande, que fica pertinho da padaria”.

Pensa o guarda, já perdido na sua impaciência:

“Não é possível, ela deve estar perto das duas ocorrências anteriores, ninguém merece uma noite assim!”. Por favor, senhora, em qual praça do Centro da Cidade a senhora está?”

“Essa grande aqui, perto do cinema”.

“Ah, ufa, pelo menos uma pista”. Respira aliviado o guarda.

Já fatigado, mas satisfeito por ter conseguido atender a todas as ocorrências, arruma suas coisas para ir embora descansar, quando encontra com seu colega de rendição e resolve puxar uma conversa:

“Nossa, que noite terrível que eu tive, parece que as pessoas perderam a noção de localização!”

Responde o colega:

“Pois é eu também não tive uma noite muito boa, você sabe que eu resolvi sair com a minha esposa e acabei com o pneu furado e sem estepe, acabei ficando lá até passar alguém.”

“Lá, aonde?”

“Lá, perto daquele restaurante famoso, daquele rio sabe...”

Salette Granato

12/09/08

SALETTE GRANATO
Enviado por SALETTE GRANATO em 07/10/2008
Código do texto: T1215873
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.