O último sopro

O último sopro

Se quem cala consente, dessa vez o calado conciênte resolveu falar, e eu ouvi. Murmorou-me sobre suas angústias, medos e alegrias. Alegrias essas que ultimamente já não sente mais.

Falou-me com os sopros dos ventos, que em todo momento soavam no relento:

- Salve-me ...Ajude-me...! O pouco de verde que me resta, já não representa mais esperança.

Tamanha surpresa foi notar que, o pouco de verde que lhe restava, era abraçado pela imensidão seca,morta. Aos prantos que caiam como chuva,continuava a lamentar-se:

-Que essas águas apaguem as chamas, e com isso seco-me.Dou-me por vencido, já não tenho mais forças. A aqueles que me ofereci como abrigo, hoje matam-me demasiadamente.Meus rios secos já não geram mais vidas, meus troncos foram cortados e nem sequer revividos, replantados.

Atravo-me:

-Por que me fizeste ouvir vossas lamentações? Jamais cometi mal assim contra ti!

O vento silência em meus ouvidos, e a calada da noite cala-se trsite.

Manhã igual aquela que sucedeu-se jamais havia de ver. A melancolia que corria pelos campos, era a única que se divertia diante tristeza sem fim. E é claro que ao cair-me em sã consciência, tive a real transparencia de que, minha mera vivência foi para plantar-se a última muda. A muda do calado consciente que em min se faz presente.

Digo César
Enviado por Digo César em 07/10/2008
Reeditado em 07/10/2008
Código do texto: T1215226
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