Histórias de Passageiro: Parte II
Atrasado para ver o jogo do meu time de coração, corri até o ponto de ônibus para pegar a condução que me levaria ao meu destino. Subi no alternativo já esbaforido e sem fôlego para mais nada. Não havia mais assentos vagos. O cansaço já era um fato consumado e naquele balanço insuportável dos transportes públicos, eu ia sendo levado pelas ruas da cidade a fora, até que, de repente, ao meu lado, um senhor de meia idade, já alterado pelo efeito do álcool, começa a falar: “se todos fossem iguais a mim, o mundo seria melhor.”
Pensei em quão ruim seria um mundo em que as pessoas fossem todas prepotentes, arrogantes, pretensiosas, presunçosas, alcoólatras, insuportáveis e ainda cheirassem à bebida.
Mesmo sendo tarde, estando cansado e atrasado para ver o meu time do coração jogar, além de estar em pé naquele alternativo, preferi não falar nada. Estava bêbado, o coitado.
Ainda hoje penso como seria um mundo feito somente de pessoas como ele... Não, não, não. Definitivamente, não. Não seria um bom lugar para se morar!
Pois é, caro leitor!Não só os motoristas... Passageiros também têm suas histórias.