Este é autobiográfico...
Este é autobiográfico...
Em que momento podemos nos definir e nos autobiografar, não sei, surgem muitas dúvidas quando preciso falar de mim. Nunca chego a nenhuma conclusão, poderia dar meu currículo vitae, quando me pedem um perfil, mas isso me definiria? Um currículo é frio, duro, faz uma listagem de dados, datas, períodos, profissões e cursos, entretanto, não diz como somos realmente. Não gosto de escuro, às vezes preciso dormir com uma luz acesa, a música me acalma e sossega meus tormentos paradoxos. Vejo tantos filmes que costumo confundir as narrativas, porém há filmes que se harmonizam com minha alma e meu corpo e nunca mais os esqueço, esses se colam na minha mente e vivo divagando a respeito deles, o último foi: PS, eu te amo. Há nesse filme uma dor silenciosa que assola todos ao redor deixando uma marca indeletável em todos que assistem.
O que eu escrevo, na maioria das vezes, é ficção, tudo parte de um momento sombrio, uma palavra, uma letra de música, uma dor, um olhar. Então, os homens, os laços, as cidades, as dores, os amores podem existir em alguma dimensão, todavia, na minha são somente palavras literárias. Mesmo que ás vezes, os leitores se perguntem quem é este ou aquele. O que eu acho bastante divertido e interessante, pois significa que consigo convencer quem me lê. Adoro dormir ouvindo a chuva bater na janela. Às vezes, tenho bastante insônia, sofro muito divagando pelas madrugadas. É claro no outro dia amanheço muito mal humorada, quase mordo... Nas manhãs, sou sempre lenta, ( não sou loira) custo acordar... Lá pelas dez horas tem vida inteligente, antes é um problema grave... Gravíssimo...
Escrevo. Escrevo por inúmeras razões. Salvar-me. Não enlouquecer. Fugir. Esquecer. Sair da solidão, mesmo que viva sempre acompanhada pelos meus filhos, alunos e parentes que não são serpentes. Ainda assim me sinto só, pois não tenho amigos, não sei quais os motivos, mas fui perdendo os amigos no decorrer da minha vida adulta. Não consigo mais manter as amizades. Escrevo para encontrar-me ou perder-me, pois tudo depende do ponto de vista de quem me lê e do tempo que perco ou ganho na frente do computador. Para os seres práticos que convivem comigo, sou uma sonhadora que não dá mínima para o dinheiro, porém conjetura em escrever profissionalmente. Entretanto, sofro por tudo que não posso resolver e pelas vidas que nunca poderia viver.
Isa Piedras 22/09/2008