a infância de nossas vidas

À noite ouvíamos histórias de antigamente contadas pelas pessoas mais idosas, sobre mula-sem-cabeça, saci, entre outras. Eu ficava com os ouvidos colados às histórias, não perguntava nada mas na hora de ir embora...!!! e no dia seguinte que tínhamos que andar alguns quilômetros para ir à escola ?!? eu, pelo menos andava olhando tudo ao redor, pois era zona rural e por onde olhávamos víamos mato, o cantar do pássaro que diziam ser o chamado do saci, essas coisas que deixavam a gente apreensivo com o que poderia acontecer. Enfim, todos os dias eu tinha que enfrentar meus fantasmas naquela estradinha de terra pra onde nos levava à escola. Na hora do intervalo eu tomava café com leite e bolacha que minha mãe colocava na merenda pra nós, eu e minha irmã. Quando íamos embora pegávamos carona com o caminhão que transportava leite; não era sempre, mas pegávamos, nem me lembro como era exatamente. Na carroceria do caminhão eu, minha irmã e alguns amigos que vinham conosco de carona, olhávamos para a cabine do caminhão e víamos a professora no maior papo com o motorista; uma vez vimos fotos que ela mostrou ao motorista (que depois veio a ser namorado e marido) e achamos interessante. Pelo menos na volta, vindo de carona eu não pensava nos fantasmas que tanto me amedrontavam na ida para a escola. Aliás nunca toquei no assunto com minha irmã se ela tinha medo ou não; acho que não pois ela vinha conversando com alguns dos nossos amigos , enquanto eu olhava ao redor para ver se aparecia algo das histórias que ouvíamos.

Pena que se vive a infância uma vez só!!

Caçapava, 03/10/08

Ajosan
Enviado por Ajosan em 05/10/2008
Código do texto: T1213303
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