Amor da adolescência
Chega um dia em que você entende o porquê das coisas. E se lembra do passado. Como um amor que ficou e que sem-querer permanece em seu coração maduro, mas às vezes tão ingênuo... Ao ponto de lembrar-se daquele amor, e ficar com um sorriso amarelo ao recordar do momento do primeiro beijo no meio da praça. Da primeira briga na esquina. Da primeira tentativa de recomeçar em frente a sua casa. Das primeiras bobagens ditas. Da primeira noite de amor. Do primeiro presente. Do primeiro momento de ciúme. Da despedida dolorosa. De todos os maus momentos e mesmo assim sentir-se aliviada por ter vivido e sobrevivido a tudo aquilo. Das lágrimas que derramou após o fim. Dos sonhos, ligações e lamentações. Das músicas ouvidas. Do cheiro sentido.
Quem nunca se lembrou destes pequenos detalhes de um amor da adolescência?
Quem nunca beijou alguém pensando em outra pessoa que a fazia bem?
Quem nunca sentiu um perfume e se lembrou de uma vida inteira em um minuto?
Estes são sintomas de nostalgia... Não! Nostalgia não! SAUDADES de uma coisa maravilhosa que lhe fez aprender muita coisa em tão pouco tempo.
E mesmo naquela hora decisiva de sua vida, talvez no altar, você lembra-se desse tal amor da adolescência e sorria lembrando-se de todos os fatos ocorridos.
E quando tiver filhos, pensar em como seriam se fossem daquele amor da adolescência.
E quando se divorcia, imagina-se ao lado daquele amor da adolescência.
E quando está à beira da morte, sente-se morrer ao lado daquele amor da adolescência.
Aquele amor da adolescência que deveria ter morrido há muito tempo, mas que permaneceu ali insistente em seu pensamento confuso e malicioso.
Neste momento surgem as dúvidas. O medo de tentar. O medo de chorar.
O medo de amar tal amor da adolescência por não saber se não pensará neste o resto da vida.