Amor em Pó
Nesse momento eu transbordo silêncio e reflexão. São muitas as vozes e eu preciso concentrar-me para escutá-las todas.
As mudanças planejadas tomam consistência e não se chocam com as que acontecem repentinamente.
A vida segue uma direção única, na qual a base é sempre o aprendizado. Sou uma fonte infinita de possibilidades, desde que eu as deixe aproximarem-se. A luz do Pai guia meus novos passos e estou segura pelas mãos Dele.
Talvez seja a fé o maior combustível para realizar aquilo que parece a princípio ser impossível.
Tenho a impressão muitas vezes que mesmo quando faço escolhas, elas não são totalmente minhas. Talvez algumas coisas estejam muito aquém do meu entendimento. A lógica diz que linhas paralelas nunca se encontram embora possam caminhar juntas.
A vida me mostrou que em algum lugar dessas linhas há um desvio... Um ponto de junção onde elas se tornam uma. A estrada fica mais larga e ganha uma gama de possibilidades novas.
A atenção deve ser ainda maior... São dois caminhos se tornando um. A soma não é só das belezas, mas também dos obstáculos. Há que se ter cuidado para pisar no território que também passou a ser responsabilidade sua.
Nesses casos vale a velha máxima: “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.
A verdade é que todo mundo tenta explicar metaforicamente certas coisas da vida que não têm explicação lógica. Assim como ficamos procurando culpados para nossas desventuras, queremos também achar solução para o insolúvel ou ainda não acreditar naquilo que está bem diante dos olhos.
Essa é a velha vida. Esses são os mistérios humanos. Isso é o amor que perpetua em nós ainda que voltemos ao pó, porque até o ar que respiramos está cheio dele...
É uma pena que esteja tão poluído.