Amor em Pó

Nesse momento eu transbordo silêncio e reflexão. São muitas as vozes e eu preciso concentrar-me para escutá-las todas.

As mudanças planejadas tomam consistência e não se chocam com as que acontecem repentinamente.

A vida segue uma direção única, na qual a base é sempre o aprendizado. Sou uma fonte infinita de possibilidades, desde que eu as deixe aproximarem-se. A luz do Pai guia meus novos passos e estou segura pelas mãos Dele.

Talvez seja a fé o maior combustível para realizar aquilo que parece a princípio ser impossível.

Tenho a impressão muitas vezes que mesmo quando faço escolhas, elas não são totalmente minhas. Talvez algumas coisas estejam muito aquém do meu entendimento. A lógica diz que linhas paralelas nunca se encontram embora possam caminhar juntas.

A vida me mostrou que em algum lugar dessas linhas há um desvio... Um ponto de junção onde elas se tornam uma. A estrada fica mais larga e ganha uma gama de possibilidades novas.

A atenção deve ser ainda maior... São dois caminhos se tornando um. A soma não é só das belezas, mas também dos obstáculos. Há que se ter cuidado para pisar no território que também passou a ser responsabilidade sua.

Nesses casos vale a velha máxima: “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

A verdade é que todo mundo tenta explicar metaforicamente certas coisas da vida que não têm explicação lógica. Assim como ficamos procurando culpados para nossas desventuras, queremos também achar solução para o insolúvel ou ainda não acreditar naquilo que está bem diante dos olhos.

Essa é a velha vida. Esses são os mistérios humanos. Isso é o amor que perpetua em nós ainda que voltemos ao pó, porque até o ar que respiramos está cheio dele...

É uma pena que esteja tão poluído.

Fernanda Vaitkevicius
Enviado por Fernanda Vaitkevicius em 03/10/2008
Código do texto: T1210525
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