Já ando em curto-circuito!
Quando a energia elétrica aumenta a tensão, e eu noto pelo giro do ventilador cujas palhetas saem da brisa suave indo para vendaval, ou pelas lâmpadas que clareiam mais e me trazem a impressão que vão estourar, a isto se chama “pico de energia”. Por ser assim quando ela sai dos 220W, padrão aqui da Bahia, e vai para abaixo dos 200, eu ai pego o fone e reclamo, e sei que está assim porque meu computador apaga, me fazendo perder crônicas, artigos e notícias na maioria na finalização do texto. A minha taxa de glicemia sob e eu saio do sério. Se isto acontecesse uma vez ao ano menos mal, mas há dias em que acontece tantas vezes que a cada hora me aborreço por um ano.
Na semana seguinte de haver levado para o conserto o estabilizador de computador, o que não pode ser consertado, isto após três dias consecutivos com o desce e volta da energia da Coelba, concessionária que pessimamente atende este sertão, ao ponto de haver deixado dezenas de cidades a escura por dois dias, no fim de ano de 2007. Foi a queda de um poste um poste da linha de transmissão. Imaginem se caem dois? Irritado e com atitude de nada amigo telefonei para reclamar, e não o faço pelo fone reclamação via 0800, pois a cada ordem da gravação para apertar a tecla de um número, e são tantas, o número de minha glicemia, causado por minha diabete emocional, sobe intoleravelmente. Ainda mais se a voz do outro lado disser: “Aguarde um minuto”, que comigo já chegou a vinte minutos, e quem sabe quanto seria se eu não houvesse desligado.
Foi mal para meu emocional telefonar para a gerência local quando do outro da linha um funcionário graduado da empresa, até amigo em algumas horas, vestindo a camisa surrada e apertada da empresa tenta justificar: “Mas nem sempre é culpa da empresa, os moradores ligam muitos aparelhos...”, antes que dissesse “ao mesmo” tempo deu vontade de lhe dizer uma feiúra verbal. E para que então servem os aparelhos? Por isso para que não me aleguem que não houve “pico”, eu doravante chamarei as quedas de voltagem de “buraco negro”. Aquele que em nada se vê, assim como não vemos algum bom atendimento na empresa, que só sabe mandar diretores a cada falha, tal como nas setenta e duas horas de breu.
Acho que, não só a mim, mas a muitos consumidores a “vingança” chegou quando a Defensoria Pública do Estado denunciou o “estelionato da Coelba”, ou “golpe do seguro”, através do núcleo de Defesa do Consumidor. A justiça tem em mãos uma ação civil pública contra a empresa, por esta contrariar o código ao oferecer, em paralelo ao último extrato de consumo mensal, um seguro opcional de forma equivocada. Agora é torcer para que sem oscilações aplique pesada multa, e que seja aumentada em dobro por seu descaso neste sobe e desce da energia, não só causando o prejuízo material, mas a perda pelo tempo parado, o agravamento das doenças dos diabetes ou das cardiovasculares, e ainda a chateação do preenchimento de tantos formulários e a longa espera pela indenização. Que saudades do lampião de querosene, pena que ainda não inventaram um computador movido a tal combustível!
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Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi – Bahia, e que já perdeu a conta das perdas dos estabilizadores, das placas mães e outros trecos, dos quais necessita a troca urgente, sem tempos para “perícias” da Coelba... Espera não ser eletrocutado, embora saiba que está sendo “carbonizado” por cada por cada raiva que passa, por sentir-se pequeno ante o grupo Neo-Energia, de domínio de milionários espanhóis.