Tempo Perdido.
Em certos momentos nos vemos obrigados (quase empurrados) a refletir sobre as experiências e sobre o que acontece ao nosso redor.
E quando nos rendemos, acabamos nos perdendo em verdadeiras ruas sem qualquer sinalização de uma cidade ausente nos mapas do nosso bom senso.
Nestes momentos, não compreendemos os trajetos e objetivos impostos pela existência ou não vislumbramos as saídas, muito embora sejamos considerados mentes supostamente intelectuais.
E quando pensamos identificar algo que seria o mais próximo das respostas ou palpites perseguidos, nos descobrimos perdidos na busca pela melhor ou qualquer maneira de executá-los.
Fôssemos genuinamente intelectuais teríamos a razão e a inteligência a nos favorecer, mas a realidade muitas vezes esquecida é que somos seres meramente mortais.
Em certos momentos desconcentramos e perdemos os olhos do caminho, simplesmente por olhar para baixo sob pena de desaparecer num injusto buraco fruto do desconhecimento das ruas percorridas.
E discorremos teses infindáveis sobre os possíveis e criativos significados do cruzamento com este obstáculo, quando a simplicidade da lição estava em conseguir voltar o olhar para o mesmo caminho, independente do desvio que foi obrigado a tomar.
Momentos e linhas como estas servem única e ironicamente para nos fazer lembrar que mentes inteligentes podem e normalmente são utilizadas para complicar o que de mais simples se depreende do existir.
E que às ruas devemos nos integrar, pois mesmo se errarmos o caminho, o simples fato de estarmos com olhos e mente abertos e atentos representa um ato de inteligência. E que isso não é necessariamente um prejuízo, pois ao recomeçar adquirimos uma relevante vantagem: o benefício de não mais figurarmos como estranhos às esquinas ou aos buracos existentes. Conhecemos o caminho. Possuímos o benefício da experiência!
Em certos momentos devíamos cessar a reflexão e a divagação de palavras sugadas de um dicionário inutilizado e concentrar nossa atenção mais ignorante singelamente no caminho adotado, pois se errado for, ao menos poderemos distinguir onde não devemos novamente passar, o que já seria um recomeço melhor.