O Amor Não Tira Férias
 
O Amor Não Tira Férias é o sugestivo título de uma comédia romântica americana que bem poderia ser de um best-seller. Não vim para comentar o filme visto tê-lo assistido aos pedaços sendo que o mesmo narra o drama (palavra triste cuja menção me conduz às lágrimas assim como os antigos clássicos de Lassie quando era atropelada, ou chifrada por um touro ou despencava de um precipício ao tentar ajudar alguém) de duas mulheres vivendo decepções no campo afetivo.
Quero falar sobre o fato do amor não tirar férias. Gosto do samba ¨Pra Você Gostar de Mim¨ (Joubert de Carvalho), principalmente da parte: ¨essa história de gostar de alguém já é mania que as pessoas têm...¨; o que, afirmo, trata-se da mais absoluta verdade. Simplesmente nós, em grande maioria, não somos capazes de deixar de amar, pelo menos no meu caso.
Sempre fui um romântico apaixonado e, quando não era pela professora, era por uma colega, duas ou três. Tudo bem que eu era mais volátil que querosene, mas creio que possa ser perdoado. Consegui me assentar somente com idade mais avançada e apaixonei de uma vez atracando-me a um porto seguro e nele ficando desde os vinte e poucos anos. A querosene virou âncora e fundeou um navio.
O amor evoluiu da forma egoísta e frívola dos meus primeiros anos para um sentimento mais terno, prolongado e duradouro, sem os arroubos febris das paixões que nos desequilibram.
Sei de gente que diz que não ama, que não se apaixona e então me pergunto: mas como é que pode? Deve ser verdade, afinal, fico a vida toda sem beber e não me faz falta. Somos feitos de material diferente um em relação ao outro, de tal forma que é possível que ajam pessoas que não possam ou não consigam amar.
Livros, tratados, estudos foram feitos e realizados acerca do amor e não é uma crônica cuspida em poucos segundos que assentara uma pedra final à questão, e eu nem quero que assim seja. Também não vim a tratar da forma de amor de que nos fala o filme ou o samba.
Creio, em verdade, que o amor é a grande força motora e criadora do Universo, tendo sido por ela que um Ser Justo Soberano e Bom, na fraqueza do nosso vocabulário para expressá-lo melhor, decidiu dar origem ao plano em que acreditamos que existimos. Afinal, será que não somos apenas o sonho de alguém?
Não vou mergulhar em divagações metafísicas, por mais interessantes que sejam, entretanto descobri que se quiser ser feliz, devo procurar entrar em sintonia com essa força cósmica intangível, o Amor, pois nela navegando poderei discernir com perfeição entre os caminhos certos e errados da vida.
Assim como o coração não pára de bater, e quando o faz a vida se esvai, o cosmos se mantém equilibrado graças à força do Amor que tudo move, gere e provê. Falo de uma energia que a ciência procura conhecer e que está na essência de todas as criações, afinal, mesmo entre os átomos existe um espaço e a tendência de todos os elementos seria a dispersão se uma liga externa, ou melhor, uma força incrivelmente poderosa não mantivesse tudo na ordem em que se encontra.
Resolvi denominar essa força incrível de Amor e sei que se Tirar Férias, o Universo de dissolve pelo infinito adentro. E viva a liberdade de pensar...