MEU CASO COM UM VOLKSWAGEN
O ano? 1988! Atípico em acontecimentos prá lá de traumáticos! Mas, o maior de todos aconteceu no dia em que peguei caxumba, o meu filho, e,... Parece que toda a cidade contraira caxumba ou seria cachumba?
Vamos contar a história desde o princípio?
Tínhamos comprado um fusca “Fafá”, bege, com toda dificuldade, peculiar ao início da vida a três. Sem dúvida, o dito cujo, era o mais paparicado membro da família. Toda a semana, eu, o levava para um banho de espuma, na casa da minha avó Irene. Após o seu banho, vovó, sempre feliz por carregar o título da maior benzedeira da região, se instalava em seu banco, assim, já, acomodada, pedia para dar uma volta pela cidade ou então, para visitar algum parente, a qual estava saudosa.
Ela não se esquecia, antes de sairmos do seu benzimento! Em pé, cortava o ar, com as mãos, de cima para baixo, da esquerda para a direita, formando cruzes, por várias vezes, diante do fusca.
Mas! Naquele sábado, fatídico de dezembro, a comida nos pegou pelo estômago e também o Fusca. Explico melhor!
Paramos o carro em frente a um restaurante vegetariano, no centro de Piracicaba. Eu estava com uma indisposição do cacete, pelo fato de estar com a tal, da caxumba! Peguei a talzinha, de um dos meus alunos.
Um pensamento me assombrava!
Na semana anterior a todo esse causo, tinha me visto em sonho, correndo de camisola pelas ruas da cidade, atrás do meu fusca. Ele tinha sido roubado. Por duas noites seguidas, o mesmo sonho me perturbou! Contei o fato ao meu marido e lhe dei uma sugestão.
_ Você deve colocar o carro no seguro!
No dia seguinte.
_Fui ver o preço do seguro. Não posso pagar. Está muito caro! Mas, não fique nervosa pelos seus sonhos, pois, nem mesmo Freud seria capaz de decifrá-los.
No sábado, lá em frente, ao restaurante vegetariano, o maridão acionou a chave de proteção, colocou a trava de segurança. olhou para o carro e rosnou_Está mais do que seguro!
A mesa farta nos deixou satisfeitos.
Pagamos a conta, saímos para a rua, mas, qual não foi à surpresa, o fusca não estava mais lá!
_Pai! Acho que o fusquinha está no quarteirão da frente! - resmungou o nosso filho Guilherme, com as suas enormes bochechas, semelhantes a do Kiko, aquele personagem amigo do Chaves, de um seriado mexicano. Sucesso em um canal de televisão brasileiro.
Espantados fomos procurar o carro no outro quarteirão, mais, para tranqüilizar o nosso filho. Ele girava um martelo de plástico em suas mãos, também vestia uma capa vermelha, amarrada em seu pescoço gorducho, tal e qual, um super-herói.
Demorou, mas, caiu a ficha, e, enquanto, o meu marido ligava para a polícia, sentei na mureta do jardim da universidade, logo em frente ao restaurante. Resmunguei chorosa, olhando para o céu:
_ E, agora meu Deus, quem poderá nos ajudar?
_Eu! _ gritou Guilherme _ Chapolim Colorado!