Meu cão será senador
O título deste texto poderia ser outro: “Meu cão será (chamado) Senador” ou simplesmente: “Meu cão se chamará Senador”. Mas, minha intenção foi atrair a atenção do leitor que de início se perguntará como um cão chegará a senador? Sempre gostei de animais domésticos, principalmente de cães. É uma tradição de família. Meus avós, meus pais e meus tios têm muitas histórias de cães. Meus dois filhos mais velhos então, desde crianças e até hoje se envolvem com seus bichinhos. Já riram e choraram muito quando eles partiram para morar com as estrelas. Mas o meu cão que se chamará Senador ainda não nasceu e ainda vai custar nascer. Como? Perguntarão alguns leitores. A explicação é que moro em apartamento e os meus dois filhos menores ainda são criancinhas. Um tem 3 anos e outro onze meses. Portanto, quando estivermos em uma casa com quintal e o menor lá pelos cinco anos voltarei a essa salutar empreitada que muito me apraz. Imagino que poderei criar alguns problemas sobre o uso desse nome para uma criatura da raça dos canídeos. Poderei ser processado por algum ou alguns senadores da República se sentindo ofendidos, com a honra ultrajada, de que chamar um cachorro de Senador é um desmerecimento, um acinte, uma afronta. Mas, eu já tenho alguns argumentos em minha defesa aos quais pretendo adicionar outros que me ocorrerem à época. A História conta que o imperador Calígula nomeou senador seu cavalo Incitatus, querendo ofender os integrantes do senado romano de então. Não quero nem de longe, de forma alguma, me comparar ou imitar o maluco e pervertido imperador. E os argumentos de que falei passarei a enumerá-los. Se os humanos usam como patronímicos nomes de animais como Leão, Carneiro, Leitão, Cordeiro, Pinto, Camarão, Bezerra, Coelho, Falcão, Lobo, Sardinha e outros que não me lembro e alguns humanos batizam seus animais com nomes de outros humanos, por que então não posso batizar o cão que pretendo ter de Senador? O cão é símbolo da fidelidade, considerado o maior amigo do homem, companheiro, auxiliou no passado seus donos na caça e hoje ajudam a Polícia na repressão ao tráfico de entorpecentes e outros trabalhos relevantes. Portanto, chamar de Senador um cão é honrar o Senado. Eles guardam residências, guiam cegos e têm um sem número de utilidades. Se o padre nordestino Antonio Vieira disse que o jumento é nosso irmão, digo também, o que muita gente já deve ter dito, que o cão é nosso irmão. Até rimou! Se alguns senadores já renunciaram a seus mandatos para não serem cassados, porque agiram com falta de decoro, de forma antiética e criminosa, outros foram acusados da prática de ações criminosas vergonhosas e nem tudo isso abalou as estruturas do Senado, por que iriam eles se agastar de haver um cão chamado Senador? Não abro mão da idéia e posso garantir que terei um Senador com letra maiúscula que me fará companhia, me fará dar continuidade a tradição familiar e com certeza trará muitas alegrias a mim, minha mulher e meus filhos.