SERÁ A MINHA MÃE A GRANDE CULPADA?

SERÁ A MINHA MÃE A GRANDE CULPADA?

Marília L. Paixão

Eu fico aqui pensando nas pessoas que amo e elas nem sabem que as amo. Eu fico aqui pensando nas pessoas que me amam e eu nem sei se elas me amam. Mas acho mesmo que este pensamento deve ser um dos que minha mãe tem com freqüência. Eu é que penso que ela não sabe pensar bem o amor.

Deve ser maluquice de escritor ficar escrevendo sobre o que ele acha ou acha que as pessoas acham. Penso também que muita gente deve estar me achando uma pessoa muito dura depois que escrevi o texto entitulado A FALTA DE SENSE AND SENSIBILITY DOS LEITORES. Mas na verdade eu sou mais mole que dura. Mas eu me escondo por trás da parte dura e este deve ser o lado da minha mãe que mora em mim. Mas podem saber vocês que a minha parte mole é mais verdadeira que a dura. Há um silêncio enorme em mim e vivo me procurando em ti e sou feliz é quando você me ouve.

Portanto, se você é um destes para quem já abri o portão, pode se sentir do lado de dentro mesmo eu estando do lado de fora. Tem coisas que escritor nenhum daria conta de explicar e caso eu não esteja conseguindo explicar bem colocarei a culpa na minha mãe que chora até assistindo estes programas de auditório com dramalhões das tantas e no entanto vive nos mostrando a ponta afiada da faca e diz que quanto mais afiada melhor é para se cortar a carne. Ela é a dona da minha parte em que mora a palavra desconfiança.

Hoje eu acordei muito inspirada, mas queria mesmo era a sabedoria dos sábios, pois a dureza dos menos sábios é a grande responsável por paredes de concreto mal formadas. Portanto diminuindo a culpa da minha mãe que tal eu me redimir tentando me diluir feito um saquinho de chá numa xícara de água quente?

Não! Eu não deveria ter escolhido essa metáfora! Senhor Deus livrai esta água quente de mim! Permita-me boiar em águas frias de rio ou me afogue num salgado mar de acordo com meus pecados transparentes da fala e da língua. Perdoe senhor DEus os meus pecados da escrita, pois neles tendo colocar um pouco da arte da vida. Mas se por muitas vezes me enrolo no sense and sensibility pode saber que é a danada da minha mãe que é a mulher mais dura que eu conheço e o bondoso do meu pai que nos deixou faz tempo... Mas coitado! Ele foi deixado pela minha mãe e eu peço a vocês que não me deixem.

Será que escrevi o impensado da Maria Olímpia ou será que tem coisas de mim que são impensáveis? Por que será que eu converso tanto com passarinhos? Por que criei Dagger e o amo como a um filho? Por que morro de vontade de escrever para vocês todos os dias? Será a minha mãe a grande culpada? Obrigada, mãe! É o agradecimento desta sua ovelha desgarrada que te ama mesmo se não fala. E se a senhora tem culpa em minha parte dura, a senhora também é a grande responsável por todas as boas e puras.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 01/10/2008
Reeditado em 01/10/2008
Código do texto: T1205615
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