quando chega o frio da tarde
Estou caminhando pela rua, o sol está se pondo e um vento frio corta meu rosto feito navalha. Tremo. Não sei se do frio ou do vento que corta meu rosto. O inverno castiga o corpo. Não vejo a hora de chegar em casa tomar um banho bem quente, tomar um chocolate e assistir um bom filme na tv bem aconchegado num cobertor... Mas ainda estou na rua e o vento continua castigando. E eu que achei que não precisava de mais agasalho. O que tenho parece fino diante do vento cortante do inverno. Esfrego as mãos e o barulho delas se mistura ao das folhas que caem no chão, outras que sobem pelo vento, e outras ainda que piso e fazem um barulho estarrecedor. Deve ser o frio que faz isso. Engraçado, parece que no inverno a tarde vai embora mais depressa. E nessa tarde que se vai volta-me a lembrança de quando criança: quando chegava essa ocasião sentia um estranho nó na garganta, uma dorzinha que não conseguia entender mas que doía e era uma dor abstrata, não era no corpo e nem o frio que fazia doía tanto quanto essa que sentia... Finalmente estou chegando em casa!