POR AMOR PASSA-SE POR TUDO

Marília L. Paixão, Zélia Freire e Malu

"POR DEUS EU JURO, JAMAIS PASSAREI POR ISSO DE NOVO". Quantos de nós, em algum momento de nossas vidas, não pensou em repetir esta frase antológica da personagem Scarlet O’hora no filme "E o Vento levou"... Dita diante de uma situação adversa, onde desilusões, frustrações e uma conflituosa relação de amor e ódio prevalecem entre seres distintos e de comportamentos antagônicos. O jogo de interesses se sobrepõem ante uma emoção maior de entrega onde o verdadeiro amor nada exige em troca.

Mas sabemos que isso nem sempre será possível. Por mais determinação que tenhamos em não nos envolvermos, a nossa capacidade de amar é infinita tanto quanto a de perdoar. Não pode coexistir numa mesma relação o amor e o ódio. Lembrei-me de uma frase de Ernest Raymond sobre São Francisco de Assis - O Espírito de Conciliação apropriou-se de seu sonho e podou a gosto, Francisco triunfou; foram os outros que fracassaram.

Ainda assim volto à inesgotável ajuda cinematográfica (não poderia deixar de desfrutar dos encantos imprevisíveis da sétima arte) que consegue nos mostrar diversas fases do amor e em quais parâmetros ele pode conduzir o indivíduo. Nós que do amor entendemos mais que o que o vento levou, não deixamos de ficar chocados com aspectos que aparecem em MATCH POINT (filme de Wood Allen). Ficamos no meio da relação amorosa de um Irlandês e uma norte -americana em busca da sorte em Londres. Mas tudo se torna amor e ódio e em vários momentos ficamos sem saber qual dos dois conseguiria fazer O PONTO FINAL. Seria o ódio ou o amor o grande vencedor? Mas será que há vencedores neste confronto?

Enquanto os norte-americanos chamam o estado de amor de “in love”, nós o chamamos apenas de “apaixonado” e assim como no filme a sensacional Scarlett Johansson ficou entre a boa e má sorte do amor perdida na sociedade inglesa, por que seria a sorte do amor diferente na brasileira? Uma coisa é certa: não importa em qual sociedade, por amor passa-se por tudo.