Venha tomar um café!
Quer seus café na xícara de louça ou no copo vidro destes no qual se compra a massa de tomate? A escolha é sua, o sabor dependerá mais do seu pensamento do que da minha coada.
Certa vez me contaram que um glutão acostumado a lautas feijoadas foi, compulsoriamente, fazer um estágio no Oriente entre monges tibetanos. Passdos os dias já não suportava ter como alimentação porções mínimas de ervas. Um dia lhe falaram sobre o poder da mente, e então cada folhinha que ingeria imaginava um borbulhante caldeirão de feijão com paio, toucinho de porco, carne seca e tudo mais de direito! Saindo para um passeio na cidade se deparou com um imenso cartaz estrelado por uma belíssima mulher semi-nua, convidando aos turistas para conhecerem um paraíso caribenho. Parou diante do cartaz, exercitou a mente e teve um enfarto. Esqueceu que certas coisas não se fazem com a barriga cheia!
Assim somos nós. Quando visitamos alguém não se torna necessário que nos sirvam um café na xícara ou no copo, o calor daspalavas é muito mais quente e saboroso. E não há quem, ao menos que sofra de úlcera, que não receba com satisfação uma visita, que não aprecie um comentário sobre sua casa, sua rua e seus exemplos. É tão gostoso abrir a porta para alguém, mesmo para dois falantes Testemunhas de Jeová em manhã de domingo. A prosa que nos parece muitas vezes inútil sempre nos deixa algum sabor, não sendo em vão como pensamos. Basta uma otismista visão e do bule se verá sair a fumaça da paz!
Por isto cada vez que abro a minha “Escrivaninha” neste recanto, olho abaixo dos textos que aqui posto os comentários. Sejam eles prolixos ou pro lixo, não importa, me deixarão algo de bom, algo magnífico que só as palavras têm o poder de revelar.
Mas chega de prosae vamos tomar o nosso café. Para isto imagine a sua marca preferida, e com o exercício de sua mente o terá mais forte ou mais fraco, mais doce ou amargo e na temperatura ideal do seu paladar.
Deguste, mas, por favor, não vá queimar a ponta língua!