MEU IRMÃO CANDIDATO
Há poucos dias, na cidade do Rio de Janeiro, meu irmão e eu, passeando pela orla, imediações do Posto 6, trocávamos impressões sobre a Cidade Maravilhosa. Uma urbe inigualável, verdadeiramente fantástica. É de difícil compreensão, num lugar paradisíaco como o Rio de Janeiro, a existência de uma pandemia social provocada pelas drogas.
Uns passos a mais e, nostalgicamente, meu irmão começou a recordar-se de nossa infância no interior do Paraná. Nosso saudoso pai, funcionário público estadual, recebedor de rendas, não esquentava em lugar nenhum. Moramos em diversas cidades daquele Estado.
— Lembra-se de quando você me derrubou naquele carrinho com tábua de madeira que construímos?
— Quando você fraturou a clavícula?
Relembramos muitos e muitos casos, alegres, tristes, melancólicos...
De repente nossa conversação dirigiu-se, mais uma vez, para o campo político. Ainda não tinha lhe questionado sobre sua candidatura como vereador do município de Curitiba.
— Nunca pensei enveredar para este campo de atuação. Graças ao meu desempenho profissional como homem de Comunicação, acabei aceitando a sugestão de participação como candidato pelo PSDB, um partido cujas idéias se afinam com minha maneira de pensar. Meu jornal de bairro, o Jornal do Batel, foi o veículo responsável por essa candidatura. Vários e vários melhoramentos aconteceram no bairro graças às pontuações feitas por nós e acolhidas com eficácia e simpatia pela administração Richa, que é, aliás, filho de um saudoso político que, pelas suas autuações governamentais no Paraná, serve como um belo exemplo a ser seguido. Antes de responder ao convite sobre minha candidatura, à noite, deitado, busquei um inventário pessoal. Pela minha cabeça, primeiramente, passou o que deve passar pelas cabeças de milhares de brasileiros no tocante à descrença existente quando se envolve os temas políticos. Falcatruas, corrupções, prevaricações, mentiras e a poesia demagógica de sempre. Aliada a todas essas questões, a visível ausência de lideranças sérias, com propostas sérias e concretas. No alto escalão, quem daria para apontarmos como uma liderança séria, com propostas sérias e mãos limpas? Ainda refletindo, num segundo momento, fui acometido de certa dosagem de frustração no tocante à divulgação de minha campanha. Como me mostrar aos eleitores curitibanos? Como apresentar minhas propostas? Onde vou encontrar recursos financeiros para tal? Nosso pai era uma das pessoas que simpatizavam com momentos de crise. Lembra-se? Dizia-nos sempre: “Cabeça não é só para se usar o chapéu. Pense. Nas horas amargas do aperto é que as soluções aparecem.” Pensando nele, criei o www.luizgonzaga45015.can.br. Neste site, o eleitor terá algumas informações ao meu respeito. Não me surpreenderei com os resultados da urna. Se tiver uma votação que me encaminhe à Câmara Municipal de Curitiba, será em função dos amigos, parentes e do bom grau intelectual dos moradores onde o Jornal do Batel atinge. Esses separam o joio do trigo.
Meu irmão concluiu, acenando para um táxi que nos levaria à rodoviária de onde partiríamos, por sugestão minha, à cidade de Aparecida do Norte. Pode ser que ele não venha a ganhar a eleição municipal, mas, professando sua fé, já é meio caminho para se candidatar a (e ganhar) uma vaga no Paraíso.
Quinta-feira, 18 de setembro de 2008 / 21:22:58