CLIMA DE TENSÃO
CLIMA DE TENSÃO
Impositivo se faz a peleja por uma segurança que deixe fruir a vontade dos cidadãos, em seu direito de ir e vir. O problema é que as idéias incandescem a mente dos governantes brasileiros e se acopla a pensamentos absurdos, estribando-se numa política frustrada e na idéia do oblívio de que estamos no écran de uma sociedade desorientada, evadindo-se de suas responsabilidades, visto que segurança é direito de todos. As polícias não são Onipresentes, Oniscientes e nem Onipotentes, para solucionarem a insegurança reinante no estado e no Brasil. Hoje, parece um amontoado de seres humanos, precisando de assistência moral, psicológica, médica, familiar e de um tratamento ínclito, visto que policiais não são de chumbo, de ferro ou de aço, mas simples seres mortais. A população critica, mas não aponta solução. Vejam como os fisiopsicológicos agem: no governo das mudanças cometeram uma barbaridade nos quadros da polícia Militar e ninguém se manifestou. Foram extintos os pontos de aspirante e segundo tenente, e os de segundo e terceiro sargentos. Indagamos: como pode um aluno ao terminar a Academia ser promovido automaticamente ao posto de primeiro tenente? E os seis meses de adaptação como aspirante escafedeu-se? A experiência profissional ficou prejudicada, mas ninguém criticou tal barbaridade. A extinção do Bptran (Batalhão de Policiamento de trânsito) deixou a população entregue a AMC (Autarquia Municipal de Trânsito) que nem poder de polícia tem.
Os críticos veementes das ações policiais já fizeram uma visita aos quartéis e delegacias da capital e interior, para ver e sentir como são tratados os policiais? Por que existe tanta fuga de presos? Temos presídios considerados de segurança máxima? O Ronda do Quarteirão tem feição externa bonita pelas viaturas que possui, mas por dentro o corpo padece igual aos demais policiais. Pelo desconhecimento da população, pela beleza externa não quer dizer que o maravilhoso está presente. Vejam que vem coisa desastrosa por aí, a PEC 21 de autoria do senador Tasso Jereissati, pode transformar o clima turbulento que passamos numa explosão sem dimensões. E o governador Cid Gomes já aderiu a PEC 21, ao afirmar no jornal O Povo de 25/09/2008 que já garantiu que a academia de formação dos policiais, em fase final de licitação, será unificada para as duas polícias estaduais. “(Eles) Podem ser formados conjuntamente para que já nasça daí uma relação de parceria”, defendeu. O X da questão é a demolição da atual Academia Militar para outros fins governamentais. Nunca presenciamos um governante negar tantas coisas. A ONU (Organização das Nações Unidas) estava o número de policiais de um país pela população que possui. Fortaleza está com um número de policiais insuficiente e dois mil policiais não surtirá efeito algum, visto que desses dois mil muitos pedem demissão, desistem porque hoje as policias se transformaram em última opção de emprego.
A verdade é que não se faz mais polícia como antigamente. O policial tem de ser vocacionado para a profissão e não é. As ações desastrosas da polícia como costumam chamar parece paradoxos, os paradigmas continuam, a remuneração é baixa, bons aquartelamentos não existem e agora querem misturar alhos com bugalhos. Uma polícia forte, racional e inteligente reflete a operância do governo. Se ela mostra inoperância, incompetência o governo a acompanha. A vida do cearense e do brasileiro se transformou num inferno. Querem ver desgraças: assistam aos programas policiais, percorram as avenidas centrais da cidade à noite, dêem uma volta na periferia da cidade, visitem os hospitais nos finais de semana, vejam quantos bebês morrem por falta de UTI Neonatal, quantos seres humanos agonizam nos corredores dos hospitais sem atendimento médico. Voltem às polícias ao primeiro escalão e dêem mais poderes aos comandantes e diretores responsáveis pela segurança que sentirão uma mudança acentuada. Hoje o comandante da Polícia Militar é um mero expectador e nada mais. Na falta da força ninguém pode agir quem passa fome não pode ficar de pé, quem mora em favelas não pode ter uma vida digna. E é lá que mora a maioria dos policiais. É bem verdade que em favelas moram gente de bem, mas os meliantes aproveitam esses espaços para planejar, agir e se esconder.
Urgentes medidas precisam ser tomadas, pois Marcola e sua corja, aliado ao Fernandinho beira-mar já pregaram aviso. Dinheiro, armas possantes eles têm, e já se articulam para um arsenal atômico. Eles controlam a população das favelas, pois o medo impera, contribuem ou morrem. Será que nosso presidente teria coragem de fazer uma manifestação numa dessas 563 favelas do Rio de Janeiro. O problema maior do Brasil não é de segurança e sim falta de vontade política. O Brasil infelizmente transformou-se num país de pobres e miseráveis e a mídia estampa que milhares de brasileiros saíram da condição de pobreza. Achamos que alguém sonhou e não tomou conhecimento. Tem punição para corrupção? Para lavagem de dinheiro? Para a prostituição infantil e adulta? Para enriquecimento ilícito? Que país é este que traficantes demarcam áreas como se fossem donos do Brasil e as autoridades não tomam providências ou se fazem de cegas. Estamos perdidos e não tomamos conhecimento. A incompetência tomou conta do Brasil. Infelizmente!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIR/CE