FÉRIAS NA FRANÇA, SINÔNIMO DE...

Férias? A palavra em si, já é um doce acalanto na vida estressante de qualquer mortal, especificamente daquele, o qual atende onze meses do ano, pela alcunha de “trabalhador”.

Os amigos já haviam passado alguns dias em Londres quando resolveram ir à França.

Na época desse passeio, o Euro, ainda não era uma realidade em alguns países europeus.

Miriam, Dorivaldo, Daiana e Roberto estavam passeando na Rue du Tivoli, próximo ao Museu do Louvre. Chegaram à praça principal, ali estavam as suas cinco pirâmides. A grande, é a da sua entrada.

Questionando a construção, Miriam mostrou a sua inadequação ao restante de toda a construção do museu. O seu estilo futurista afrontava e, escondia o prédio de contexto clássico, construído durante o império de Napoleão III.

_Há um mito que a transforma em templo do diabo ao definir como 666, o numero exato das suas placas de vidros!

_Miriam, no romance “Código Da Vinci’, o seu autor, Dan Brown fala sobre esse número! Tudo leva a crer sobre a mentalidade judia na época em que o Apocalipse foi escrito, em 95 a.C., e afirmava que o número 7 significava a perfeição e o contato com Deus, e o número abaixo deste, era imperfeito, de modo que o número 6 era sinal de imperfeição.

_ Verdade, Roberto! O número 6 repetido quer dizer "perfeição da maldade" ,e o autor do Apocalipse vai mais longe, quando identifica a besta com o 666, fala desta como de vários personagens ou de alguém que perseguia os cristãos dessa época.

Escolheram dentre as três direções para visitar, a Denon. Sabiam que nas suas galerias se encontravam expostas, as obras de vários pintores reconhecidos, entre elas, uma em especial ilumina os olhos do visitante! O seu sorriso, seu olhar carismático e o seu rosto maravilha os turistas.

_Nem acredito! Vou estar frente a frente, olho no olho, com ela! O primeiro amor da minha vida! _assim, Miriam, entre pulos de alegria, mostrou todo o seu sentimento em frente à filmadora, a qual Dorivaldo carregava pelos seus passeios, filmando tudo que podia.

_ Monaliza, lá vou eu!

Planejou quase tudo, desde a contratação de um guia, falante do espanhol para poderem descobrir detalhes, fofocas, enfim, os fatos históricos envolvendo o autor e a sua obra!

A fila para o museu serpenteava, se enrolava, se enroscava pelo caminho. Ser turista nessa hora exige muita paciência, também um forte poder de sedução pelo conhecimento! E como é cansativo, adquirir o tal do conhecimento, as pernas tremem, as cãibras avançam pelo corpo chegando ao pescoço, e a língua, se aquieta pelo cansaço, generalizado!

_Quero ir primeiro na Salle des États, neste espaço projetado por Lefuel para acomodar as maiores sessões do Legislativo presididas por Napoleão III em 1859. a partir de 1878 é lá, que se encontram várias pinturas renascentistas italianas, junto com essas obras, a minha “Primeira Dama”, está lá, espalhando o seu sorriso para todos os seus apaixonados, como eu!

Bem! Roberto e o guia contratado, uma senhora espanhola, com um sotaque catalão, magricela, mal humorada, de olhar amedrontador, não pensavam, como ela! E, além disso, ele tinha o “grande livro do turismo europeu”, e, como amava a histórias das catacumbas romanas, e tudo aquilo, que poderia estar enterrado abaixo da terra, isto mesmo, abaixo da terra! Inventou de iniciar o passeio no subsolo, no local onde se encontra as muralhas de uma fortaleza medieval ,construída para a morada dos seus antigos reis.

_Sem dúvida, espetacular! Mas, demora para chegar ao primeiro piso?

_Quanta impaciência! Saboreie esse momento mágico entre a muralha e você!

_Minhas pernas estão tremulando diante da proximidade com a minha Deusa, e além do mais quero arregalar os meus olhos diante da Virgem e o menino com a Santa, da Virgem dos Rochedos, a qual estudei na História da Arte, e..., São João Batista _ Miriam desembestou a falar, diante do momento mais esperado da sua vida.

O que eles não sabiam e a guia espanhola não imaginava; é que no caminho tinha uma pedra? Não, no caminho tinha uma greve!

Neste dia, isto mesmo, nesta manhã, acredite, os funcionários cruzaram os braços, literalmente, estressados por lidar com milhares de visitantes! Resolveram, que todos deveriam sair; o quanto antes do museu. E batendo palmas retiraram os turistas, apatetados com a situação!

_Please, I am brasileira! I Love Monalisa!Please! Brasilian woman! I Love Monalisa!

Desesperada Miriam chorava e punha as mãos em súplica, quase no rosto do funcionário, frio, inatingível. Ele a pegou pelo braço e a retirou do museu.

Roberto falou ao pé do seu ouvido: “Não fale inglês com eles! São xenófabos, extremados”!

Nessa hora de terror, o que Miriam queria era esganar Roberto, queimar o seu livro e fuzilar os funcionários do museu frances.

Na saída Dorivaldo filmou a sua esposa, tão triste, mas tão triste..., de cortar o coração de qualquer mortal.

Um dia após, todo esse acontecimento, já com as malas arrumadas para deixar Paris, Miriam, cabisbaixa com os olhos inchados, avermelhados, e, enormes olheiras, veio, a saber, por uma colega de viagem, uma descoberta um tanto, quanto,inusitada, tardia mesmo; eles poderiam ter entrado pelo Louvre pela saida da sua estação do Metro, onde não encontrariam fila e aglomerações. Miriam olhou para Dorivaldo e entrou num choro compulsivo.