Que viva pelo menos o sonho
O cangaço e seus apoiadores sonhavam com o Nordeste Independente, a nação Nordestinense. Entretanto foram exterminados feitos insetos peçonhentos.
O sonho nordestino de livrar do Brasil é antigo, remonta desde a Confederação do Equador cujos cabeças tiveram as cabeças decepadas. A partir de meados do século XX, o movimento perdeu fôlego, depois que Getúlio Vargas mandou chacinar a Lampião e seus correligionários.
Então, amarela o sangue nordestino que ajoelha, pedi benção, jura subserviência e abraça as determinações do poder central: colar pedra sobre pedra até atingir às nuvens, varrer as ruas e lavar as latrinas da parte rica da federação.
Os nordestinos ricos, enfiados na política, conchavam-se com os corruptos, vendem a alma de todos e levam a vida de modo fútil e nababesco, curtindo adoidado.
Os planos de olhar nos olhos, de igual para igual, morreu, foi exterminado. Mas, isso não é o mais terrível. O mais triste, é isto: o sonho também morreu.
Este é o tema central da monografia (tese) que escrevi para obtenção do título de Especialista em língua portuguesa e literatura brasileira. E é este o assunto que quero compartilhar com os conterrâneos nordestinenses, ainda que seja apenas para sonhar, ainda que seja apenas para dizer: eu não engulo, enquanto viver, o “fora ratos do nordeste”.