O Celular

Numa noite de inverno, no início dos anos 90, eu estava assistindo ao Jornal da Globo e vi uma reportagem sobre o telefone do próximo milênio, um aparelho chamado Celular.

-“Celu, o quê?” – pensei.

- Celular. – repetiu a jornalista, que naquela época não era a Ana Paula Padrão nem a Cristiane Pelagio.

Fui dormir pensando no assunto, pois estava cursando o 3º ano da faculdade e tinha aprendido, em Biologia, que as células são as menores unidades que compõem um organismo. Então, por que celular? Será que ele também é composto por células?

Quebrei a minha cabeça e, não conseguindo encontrar a resposta, resolvi cuidar da minha vida e de coisas mais importantes.

Entretanto, um dia ao chegar à faculdade, vi uma amiga com aquele estranho aparelho no banheiro. Quando ela me viu, disse que havia acabado de descarregar a sua caixa postal. Logo imaginei que ela estivesse se referindo às suas necessidades fisiológicas, e perguntei se ela estava passando bem. A moça, sem entender a minha pergunta, respondeu que sim, e que na caixa postal não havia recados de seu noivo. Fiquei sem graça e, naquele momento, entendi que a caixa postal se tratava da caixa de mensagens do estranho aparelho chamado “Celular”.

-“Que vergonha!” – pensei.

Os anos passaram, meus filhos nasceram e convivemos fiel e obsessivamente com a presença deste aparelho, que hoje faz parte da vida de mais de 70% dos brasileiros, com a sua caixa postal sendo descarregada não somente nos banheiros, mas em todas as dependências das faculdades e das cidades.

Até hoje não sei a origem do nome “Celular”, mas sei que atualmente ele é a unidade fundamental para o convívio de todos os seres humanos da nossa sociedade tecnológica.

Viva o CELULAR!

Lucifrance Carvalhar
Enviado por Lucifrance Carvalhar em 23/09/2008
Código do texto: T1192085
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