POLÍTICA E POLÍTICOS

POLÍTICA E POLÍTICOS

A genitura da política deve ter ocorrido num clima de tremendo malogro. Na malversação, no oblívio das funções, na hidrocefalia de seus criadores. Política na acepção dos estudiosos vem ser a ciência dos fenômenos referentes ao Estado. Ciência política, com sistema de regras respeitantes à direção dos negócios públicos. Pode ser também a arte de bem governar os povos. O princípo doutrinário que caracteriza a estrutura constitucional do estado. Diante destas nuanças e de outras o que se tem observado com o passar do tempo é a morte eutanásica da política, principalmente em nosso país. As políticas que sofreram mais alienações dos políticos foram as políticas fiscal, econômica e monetária. O conjunto de ações do governo referentes a seu orçamento, incluindo a fixação de impostos e o nível dos gastos públicos e mais o conjunto de ações do governo relativas ao comércio, e em especial ao comércio exterior do país, bem como o conjunto de ações sobre o sistema monetário incluindo o controle da oferta de moeda e a regulamentação da atividade dos bancos. Política pode ser definida como a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa).Os políticos podem ser até artistas, mas cientistas nem pensar.

O político atual é adepto da incursão do indefectível, mas para os neófitos e apolíticos. A mídia atualmente tem patrocinado os momentos mais hilários dos últimos tempos. Aquilo que poderia ser considerado furos não passam de furos furados. A revista “Isto É”de circulação nacional, em sua edição de 17/09/2008, traz em sua capa as seguintes manchetes: “ As mentiras da Abin”. “ General Jorge Felix: sem controle sobre os seus agentes.” “As armações do serviço de inteligência do governo para encobrir suas irregularidades” e o espião Francisco Ambrósio fala a revista. Convém lembrar que o termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, ou cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto cidade-Estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana. O livro de Platão traduzido como "A República" é, no original, intitulado "Πολιτεία" (Politeía) . Aristóteles em sua sabedoria dizia ser o homem um animal político. Não queremos condenar nem criticar os jornalistas Mino Pedrosa e Hugo Marques pela matéria, mas até agora nada ficou apurado como real. Quem tem medo de se molhar não enfrenta a chuva. É mais uma crise para desviar a atenção dos brasileiros em época de eleição. Acrescemos o clichê popular de que :”Onde há fumação a fogo” e alguém no final terminará se queimando. Enquanto a questão Abin rola, os políticos esqueceram da entrevista do marginal “Marcola” concedida a um jornalista de “O Globo”.

Vejam como é estarrecedor: “O repórter pergunta: você é do PCC? Marcola responde: eu sou Mais que isso. Sou o sinal dos “novos tempos”. Eu era pobre e “invisível”, vocês nunca me olharam durante décadas. Olha antigamente era “mole” resolver o problema da miséria, o diagnóstico era óbvio: migração rural, desnível de renda, favelas, ralas periferias, etc.,etc., E a solução nunca vinha. E o que fizeram? Absolutamente nada. Agora te pergunto: o governo federal alguma vez alocou uma verba para nós? Não, só aparecíamos nos desabamentos dos morros ou nas músicas românticas, sobre a “beleza dos morros ao almanhecer”, essas coisas...Agora, estamos “ricos” com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo. - ...”Nós somos o início tardio de vossa consciência social”.Viu? Sou culto...Leio Dnte na prisão. O repórter contra-argumenta: - Mas, a solução seria...O “Marcola” contra ataca: Solução? Não há mais solução, cara...A própria idéia de solução já é um grande erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio de Janeiro? Andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governo de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento econômico, uma verdadeira revolução na educação, urbanização geral etc., etc., E tudo isso teria que ser sob a batuta quase uma tirania esclarecida, que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo cúmplice( ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear vão até roubar o PCC) . E do judiciário que impede punição. Teria de haver uma “reforma radical” do processo penal do país...teria de haver comunicação e inteligência entre policiais municipais, estaduais e federais...( veja bem, nós até fazemos “Conference Calls entre presídios...) E tudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança política do país. Ou seja, É impossível não há solução!

O repórter faz outra pergunta:-Você não tem medo de morrer? – E mais uma vez o “Marcola” nos surpreende . Vocês é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar...”mas eu posso mandar matar vocês lá fora...Nós somos “Homens bombas.Na favela tem cem mil homens bombas...Estamos no centro insolúvel mesmo! Vocês no bem e eu no male, no meio “a fronteira da morte” a única fronteira.Sabe, já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque de coração...A morte para nós é o presento diário, desovadoo numa vala...Vocês intelectuais não falavam em luta de classe, em “ não seja marginal, seja herói?Pois é: Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó”, né? Eu sou inteligente.E leio, li 3.000 livros e leio Dantes ....mas meus soldados todos são estranhas anomalias do dsenvolvimento torto desse país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absolutoanalfabetismo, se diplomando nas cadeias, com um “monstro Alien”escondido nas brechas da cidade. Já surgiu nova linguagem . Vocês não ouvem as gravações feitas “com autorização da justiça”?

Pois é. É uma outra língua.Estamos diante de uma espécie de pós-miséria”. Isso, a “pós-miséria”gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, internet, armas modernas. Meus comandados são em mutação a espécie social, são “os fungos de um grande erro sujo”. O repórter volta a perguntar: - O que mudou na periferia? Marcola respone:grana. A gente hoje tem. Você acha que quem tem 400 milhões de dólares como o Beira Mar não manda? Com 40 milhões a prisão é um hotel, um escritório...Qua a Polícia que vai queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma “empresa moderna”, rica. Se funcionários “vacila”é despedido e jogado no forno “microondas”...Há...há...Vocês são um “Estado quebrado”, dominado por incompetentes. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Nós lutamos em terrenos próprios, vocês em terra estranha. Nós não tememos a morte, “Vocês morrem de medo”.Nós somos bem armados .”Você vão de três-oitão”.Nós estamos sempre no ataque , você na defesa. Vocês tem mania de humanismo, nós somos cruéis, sem piedade. Vocês nos transformaram em superstars do crime, nós fazemos vocês de palhaços. Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor, vocês são odiados. Vocês são regionais provincianos, nossas armas e produtos vêm de fora, somos globais. Nós não esquecemos vocês, são nossos fregueses, voc~es nos esquecem assimque passa o surto da violência. O repórter meio incrédulo pelo que ouve pergunta: - Mas o que devemos fazer? Com aquele ar de superioridade veja a resposta irônica , que o Marcola dá. Vou dar um toque mesmo contra mim. Peguem os barões do pó- Tem deputado, senador, tem generais e até ex-presidentes do Paraguai nas paradas de cocaina e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército? Com que grana?

Eles não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas ...O país está quebrado. Sustentando um Estado morto a juros de 20%ao ano, e o presidente Lula ainda aumenta os gastos públicos, “empregando 40 mil picaretas”.Você acha que o exército vai lutar contra o PCC e o CV? Estou lendo KLAUSEWINTZ”, sobre guerra. Não há perspectiva de êxito! Nós somos formigas devoradoras escondidas nas brechas...A gente já tem até “foguete anti-tanques”...Se bobear, vão rolar uns stringers por aí...para acabar com a gente só jogando “bomba atômica” nas favelas...Aliás, a ente acaba arranjando umazinha daquelas bombas sujas mesmo...Já pensou? “Ipanema radioativa”. Mais ujma vez o repórter intervém: - Mas ...não haveria outra solução? E o Marcola responde: - vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a normalidade. Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer uma auto crítica própria incompetência. Mas vou ser franco...na boa...na moral...Estamos todos no “Centro do Insolúvel”, só com uma diferença muito grande, “Nós vivemos dele” ....e vocês não tem saída , sóa merda! E nós já trabalhamos dentro dela. Olha aqui, mano não há solução, sabem porquê? Porque vocês não entendem a extensão do problema. “Como escreveu Dante”. – Lasciate ogna speranza voi che entrate! Ou seja: Percam todas as esperanças estamos todos no inferno! E a pergunta que não quer calar! E agora? Deixem a Abin em paz e passem a averiguar esta situação que o perigoso Marcola diz que : “Todos estamos no inferno”. Senhores políticos vamos sair ou não desse inferno predito por Marcola, seu bando e aliados? Mãos à obra!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIR/CE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 22/09/2008
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