Sou do tempo....
Em que termos como: Obrigada!, Me desculpe!, licença, são preciosos detalhes que faziam diferença nos relacionamentos sociais.
Que o zelo e o conselho dos pais eram atitudes respeitáveis que moldavam nossa personalidade.
Que as brincadeiras da infância era um mundo de encanto, que se permitia viver o lado criança.
Que ir ao cinema era bem mais que um passa-tempo, uma arte de fascínio com direito a choro e muitos risos.
Que ouvir Bee Gees e Roberto Carlos não era alimentar o lado nostálgico, mais embalar as emoções em ritmos que revelavam um coração apaixonado.
Que receber flores era um sinal de romantismo que indicava que o amor fazia seus improvisos.
Que ler livros era um hábito que virou vício, atravessando madrugadas atrás de mundos desconhecidos.
Que escrever cartas não era uma atividade ultrapasssada, mais um modo de se extravasar pensamentos por meio de minuciosas palavras.
Que a liberdade quando dosada, não era sinônimo de repressão, mais uma dádiva que deveria ser valorizada e bem aproveitada.
Que valores e príncipios não eram slogans que se colocavam em adesivos, mais indicativos de que a vida tem seus limites e que ultrapassá-los é se atirar no abismo.
Que a personalidade era o registro da nossa identidade, não uma peça de vestuário que se troca conforme a ocasião e a necessidade.
Que o amor verdadeiro não se reveste de beleza e dinheiro, é um sentimento que está além de nosso entendimento e que poucos sabem reconhecê-lo e mantê-lo.
Que acreditar no ser humano fazia parte dos nossos planos, mesmo que isso significasse cair num depósito de enganos.
Que amar era uma missão não um campo de batalha, onde a vida ganhava sentido iluminando a caminhada.
Ainda sou desse tempo...