Mulher

Lendo uma crônica de um recantista me veio a idéia de escrever sobre esse sexo não tão frágil, a Mulher.

Volto um pouquinho no tempo, pra lembrar de como as mulheres eram criadas, é claro que uma coisa nunca mudou, é doutrinada a ser vaidosa.

Vendo um filme da época dos reinados e cortes, comentei com um amigo, meu deus, se eu vivesse nessa época ia morrer queimada...risos. As mulheres na idade antiga e média eram doutrinadas a serem totalmente submissas, esquecerem suas vontades e abrir mão de todos os seus direitos, aliás, que direitos, naquela época nem se quer eram consideradas parte da população.

Os séculos passaram, vimos muitas mulheres que se destacaram na história, até mesmo se travestiram para empunhar uma espada e partir pra guerra. Mulheres de fibra, mulheres de garra.

E o mundo vai evoluindo, revolução atrás de revolução, queima de sutiens, meu deus, agora salve-se quem puder. Pílula anticoncepcional, liberdade sexual, cigarro, aborto, meu deus to ficando tonta de tanto lembrar...risos.

A mulher sempre foi ensinada a ser frágil, a ser doce, a ser bela, em todo tempo, mas dentro de cada uma existe uma fera, que por vezes é indomável, e por outras dominada. Por ela própria ou um bom parceiro, que vamos e venhamos também mudou muito no desenrolar dos séculos.Mas deixemos esses meninos para um próximo texto.

Desde muito pequena a menina é vestida com tons doces, enfeitada com laços e fitas. Paparicada e dengada, tratada com suavidade, é isso que nos transforma em pessoas doces, a docilidade com que somos recebidas. Não pense você que do alto dos meus 38 anos, também não sou uma doçura, sou sim, amo dar carinho, fazer agrado. Com quanto maior docilidade se tratar uma mulher, melhor será o que terá de retorno, aprendam isso meninos.

Os anos passam na vida da menina, ela aprende a ‘amar’, ela se apaixona, ela conhece o sexo, ela conhece o prazer, enfim ela se conhece mulher. Mas por outro lado ela descobre que o mundo não é tão cor de rosa assim, que ela tem vontade própria, que ela tem poder de voto, que a vontade dela conta e muito, e que se estiver insatisfeita, puts, lá virão os resultados: vai engordar, vai deprimir, comer demais, chorar, cortar o cabelos, tingir de outra cor. Tudo isso pelo infindável poder feminino de reverter o ruim em ótimo, pelo menos temporariamente...risos.

As mulheres são assim, aprenderam a ser doces, mas a necessidade evolutiva dos séculos as ensinou a serem profissionais, além de serem mulheres, mães, esposas, amantes, donas de casa, enfermeira, conselheira, e mais uma série imensa de itens que todas nós mulheres sabemos que temos, e nossos queridos homens, sejam companheiros, pai, irmão ou amigos reconhecem que temos.

A mudança dos séculos fez com que a menina mesmo sendo ensinada a ser doce, pensasse mais no seu objetivo de vida, na sua carreira, nos seus gostos,na sua individualidade, na sua independência. O oposto do que acontecia no início dos tempos com a total dependência.

Confesso que não é fácil ser independente, principalmente quando somos um peixe fora do curso do cardume. Quando quebramos algumas tradições, quando assumimos mesmo nossa personalidade forte, sem nos importarmos com o que será falado ou pensado sobre nós.

Ser independente não nos deixa ser frágil, posto que não podemos estar frágil na hora que o ‘bixo’ pegar. Nos permite ser sim vaidosa, até o extremo em alguns casos, mas não fúteis. Aliás vamos abrir um parênteses ( não sei vocês meninas, mas eu abomino a geração futilidade, eu já fui adolescente, mas sempre fui inteligente e valorizei mais o ser que o ter ou o estar).

Sou da geração coca cola, anos 80, infância e adolescencia de dar inveja a qualquer um, nada comparado a futilidade dos dias atuais. Na nossa época musica boa, era rock and roll, e MPB com letras significativas, hoje as musicas são todas iguais,

A mulher que foi menina nessa época, tornou-se uma trintona de categoria, uma balzaquiana explêndida. Sabe bem o que quer, de onde veio e pra onde vai, o que faz em cada momento da sua vida. Não se importa muito com detalhes, é romântica de pés no chão, pode ser um doce ou pode como diz o recantista Paulinho, um pé no saco. É uma mulher que sabe viver.

Existem vários tipos de mulher, vou citar os que eu conheço, mas respeito todos eles, porque cada uma é como deveria ser.

Mulher caseira (Amélia que era mulher de verdade): sua vida resume-se a cuidar do marido, dos filhos, da casa, nem sempre nessa mesma ordem ou prioridade. E o mundo gira em torno da novela.

Mulher feminista: abomina a primeira espécie citada, faz o oposto, e se acha muito macho, auto–suficiente nunca pede ajuda pra nada. Devo lembrar que não menciono preferência sexual, até porque respeito todo mundo.

Mulher multi tarefa: aquela que além de Amélia e feminista, ainda encontra tempo para ser mulher feminina, vaidosa, independente, moderna, ligada nos assuntos do mundo, nas necessidades próprias e nas necessidades do próximo.

Mas a mulher que eu admiro, é aquela que já dizia o sambista, desce o morro e não se cansa, acorda cedo, põem a criançada na escola, faz faxina, faz mercado, traz os filhos de volta, chega em casa, coloca comida na mesa, dá uma geral na casa, cuida da roupa, cuida das crias, e depois vai pro seu banho, se perfuma toda e é outra Maria. Vive o mês com um salário mínimo, tem cinco filhos fora os agregados, e ainda assim sorri pra vida e nem liga pros pecados.

Kay
Enviado por Kay em 20/09/2008
Código do texto: T1187270
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