EMPREENDIMENTO DE GALEGOS

Quando os galegos, os próprios, os naturais da Galiza (Spain), acordam e decidem fazer, com certeza acordam e decidem. É a minha grata experiência de não galego, mas já quase galego, habitante e convivente na Galiza (Spain).

Na Galiza o "reino de España" optou, desde a chamada "transición democrática", à morte do ditador Francisco Franco, por reconhecer ... dessa maneira as línguas diferentes da castelhana. Digo dessa maneira porque o castelhano foi declarado privilegiado, "lengua nacional" do "reino", enquanto "las demás lenguas españolas" foram consideradas juridicamente quase línguas, pouco mais do que dialetos, do ponto de vista administrativo. Estou a referir-me ao art. 3.º da "Constitución española" de 1978, não reformada desde então e (acho) irreformável. (Pode ser lida na rede.)

Perante essas condições muito deficientes e vistos os vistos, quer dizer, a diminuição de utentes de "galego" (do "galego" que dizem "normalizar" as autoridades do reino), um grupo de galegos, no exercício dos seus direitos cívicos e com plena consciência quer da situação deficitária jurídico-administrativa, quer das capacidades próprias, sem embargo de tudo isso, acordaram e decidiram que era hora de fazer convencidamente em prol da Comunidade (ainda) lusófona da Galiza (Spain).

Começaram por registar na República portuguesa e no "reino de España" a marca ACADEMIA GALEGA DA LÍNGUA PORTUGUESA. Na república demoraram os trámites como seis meses; no reino, até ano e meio.

Registada a marca, legalizaram, com outros mais, a ASSOCIAÇÃO CULTURAL PRÓ ACADEMIA GALEGA DA LÍNGUA PORTUGUESA, entidade que foi preparando os atos que hoje iniciamos.

Porque hoje será constituída formalmente a ACADEMIA GALEGA DA LÍNGUA PORTUGUESA com uns vinte e cinco académicos de número.

E o dia 6 de outubro será a inauguração "oficial" da AGLP. Não quero adiantar mais acontecimentos, que narrarei como eles decorram.

Até então desejem-nos o melhor e tenham a bem espalhar pelo Brasil adiante e por Portugal adiante e por toda a Lusofonia este empreendimento de cidadãos galegos, da Galiza (Spain), comprometidos com a sua Terra e com a língua de todos nós.