"VESTIDA EM VERSOS"
Este é o título do livro da poeta YASMINE LEMOS que também é jornalista e colega da Academia Feminina de Letras do Rio Grande do Norte, sendo a imortal mais jovem dessa Academia. O livro será lançado no dia 26 próximo às 20:00 horas no Veleiros Restaurante , Av. Eng Roberto Freire, 510, Ponta Negra, cidade do Natal R/N. Tive a honra de prefaciar seu livro e assim me expressei:
A POETA E OS SEUS MOMENTOS
“Hoje acordei menos triste
Me sentindo menos eu
Saudade se afastando
Melancolia adormecendo
Percebendo alguém me querendo
Uma voz por dentro
Chamando o que é meu
Vou dormir novamente
Sentir essa dor contente
Fingindo que sou eu”
(Yasmine Lemos , “O Invasor”)
Na poesia de Yasmine, o leitor não irá encontrar alegorias ou metáforas, a poeta não abusa dos recursos clássicos da retórica, não foge à regra dos poetas modernos, o seu linguajar é coloquial, dessa forma ela exterioriza suas emoções e as dores que lhes vão à alma, tendo o amor como tema recorrente. Em “Quase Aquarela”, publicado neste livro, está dito... “Sei amar / Sei sofrer / Sei sonhar / Mas não sei explicar” .
Não existem “floreios verbais” na poesia de Yasmine , Seus verbos são “ drummondianos”: sofrer, amar, perder. Há de se reconhecer que Yasmine encontrou sua forma própria de fazer poesia, de versos livres, curtos e cadenciados. Observe o leitor nestes versos de “Abrigo Inimigo”, que faz parte desta obra:
(...)
Procurei abrigo, em outro corpo,
Mal usado
Fechado
Escondido
Proibido
Esqueço que fui caçadora de minha própria angústia
Não sou mais
Ela mesmo inimiga, me abriga
Na poesia, Yasmine se desnuda, se autocontempla e expõe, a sua dor de amor e essa dor nos contagia e nos dá a sensação de que ela fala por nós... Conseqüência das nossas próprias dores, que por razões várias costumamos sufocar, passando assim, a se constituírem mistérios. Mistérios... Mas, como afirma Garcia Lorca, “todas as coisas têm seu mistério e a poesia é o mistério que todas as coisas têm”.
Só posso afirmar, caro leitor/leitora, ler Yasmine, como costuma dizer a turma jovem, “é uma boa pedida”, mãos à obra, pois.
ZÉLIA MARIA FREIRE