O Maldito Saca-Rolhas
Quem costuma ler as minhas tortas linhas sabe que eu não bebo absolutamente nada de álcool. Aqui em casa não tem dessas coisas. Aqui em casa nós não sentimos falta disso. É como se não existissem bebidas alcoólicas no mundo. Só nos lembramos delas quando saímos e presenciamos os outros bebendo e, algumas vezes, vemos cenas patéticas de bêbados desagradáveis incomodando os seres sóbrios.
Mas isso é um problema quando reunimos pessoas para alguma festinha aqui em casa. Mesmo que os convidados sejam da família, a situação é estranha. Eu aviso logo que não haverá bebidas que contenham álcool. Há os viciadinhos que trazem a garrafa embaixo do braço, pois acham que festa sem isso não é festa.
Houve um Natal em que veio maior parte da família para a minha casa. Foi o maior drama: NATAL sem álcool? Sem brinde? Ahhhh, não!!! Não aceitavam. Ok. Trouxeram suas garrafinhas novamente...sei lá de quê. Dessas coisas que se bebe em Natal. Espumantes. Pra mim tanto faz se espumam ou não.
Eis que um parente me pede um saca-rolhas! Claro, se eu não uso garrafas com rolhas, nem de bebidas, nem de nada, como teria um saca-rolhas em casa? Eu não tinha! Aliás, eu não tenho até hoje. Qual a utilidade desse objeto pra mim? Eu não sinto falta dele. Nem lembro que existe.
Pronto. Foi o motivo para risadinhas. A dona da casa não tem um saca-rolhas. Que absurdo. Que desleixo.
E tudo isso me faz pensar no quanto é difícil pra nós, seres humanos, aceitarmos o diferente. Aceitarmos opiniões, costumes e atitudes contrárias às nossas. Não poderíamos simplesmente aceitar o diferente e trocar com ele conhecimentos e impressões, respeitando seus princípios?
Agora me digam: Qual a lei que torna obrigatória a presença do saca-rolhas nos lares brasileiros?