Choro
Fazia tempo que não chorava. Esse dolorido exercício de desnudamento da alma me esgota, mas precisava dele para conseguir continuar. Escrever é a única coisa que me liberta além do choro, mas as palavras demoravam a sair, não me deixando outra opção. As palavras que escrevo não me ferem tanto quanto as lágrimas que choro.
Com o choro, todas as coisas que calei ganharam voz, e elas gritaram, berraram, ecoaram em minha mente. Junto com as lágrimas vieram as dores, dores de um parto criativo, de um parto necessário, irremediável. Gritei, chorei, e, tremendo, comecei a escrever.
Quando isso vai acabar?