Promessa de amor Cumprida

Venho aqui para poder explicar aos leitores do RL como me inspirei pra falar das perdas da minha vida.

Na verdade minha avó já nos deixou há alguns anos, na semana em que ela faleceu, eu escrevi um poema que a tratava como passarinho, guardei o caderninho de poemas que sempre conduzia a faculdade, ao trabalho, e a todos os lugares que eu ia.Ele era minha vida, meu divâ, meu consolador, o ombro amigo pra chorar.

O tempo passou e muitas coisas aconteceram e eu havia prometido colocar na lápide da minha avó a poesia que tinha feito pra ela.Porém muitas coisas ruins aconteceram depois da morte da minha querida, e uma delas foi a morte do meu bebê ainda no útero na hora do parto.Negligência médica, posto que eu estava num hospital do interior do RN que não tinha centro obstétrico.Pode se chamar hospital um local onde nem se faz os primeiros socorros?

Pois bem devido à perda do meu filho eu parei de escrever e conseqüentemente esqueci ou pelo menos deixei pra depois o postar a poesia na lápide da minha avó.

Fará quatro anos dia 8/10/ que meu filho partiu sem sequer eu ver como ele seria e só aqui no RL eu pude voltar a escrever e a ser quem fui um dia: A sonhadora romântica, que poeta aos quatro ventos.

Cerca de dois anos atrás Deus me presenteou com a doce Alice, que me fez superar a dor da perda do meu filho e me mostrou que lê está bem com Ele no céu.

Tão engraçado, a minha filha nasceu praticamente na data do meu natimorto.No dia eu fiquei meio medrosa, com receio de que tudo acontecesse, hoje percebo que Deus que a gerou em mim, permitiu que ela me viesse aos braços no mesmo mês e quase dia, pra mostrar que tudo na vida passa e que o mal acontece pra que venha um bem melhor.

Depois de receber tantos elogios aqui, me propus a homenagear as crianças da comunidade Crescer da qual faço parte, e em meio a tantos leitores um depoimento de uma mulher me chamou a atenção, inspiração e sentimento de dor.Ela assim como eu perdera seu filho, e não pode mais ser mãe.Foi então que lembrei do meu filho, que não esqueço claro, mas a Alice completou o vazio que ele me deixou e a ele só dedico saudades não mais sofrimento e morte.Hoje sei que está com os anjos a velar com Deus por mim.

Foi assim um depoimento gerou uma homenagem ao meu filho guardado por Deus, muitas leituras frutificaram gratidão em meu ventre e eu desejei retribuir ás mamães que não sabem externar o amor pelos filhos em forma de poesia, e aos amigos leitores resta explicar que o que passei nada mais me representa que lição de vida e um olhar pra cruz, uma esperança de dias melhores.

Depois de tanto pensar no meu filho e nas mães que também perderam os seus, eu dormi, e sonhei.Sonhei com a minha avó.Linda, calma, serena na sua cadeira de balanço. E eu disse pra ela: Vó eu esqueci de dizer que te amo.Ela me tocou, sorriu pra mim e disse: Não se preocupe eu sei.

Foi assim que escrevi o poema em sua memória.Não estou escrevendo na sua lápide, mas no meu coração e na sua lembrança.

Uma dor vira amor, uma perda vira vitória, e um pesadelo vira sonho de amor.E uma promessa esquecida se transforma em poesia que sai da alma e sangra no coração.