CONCEITOS E VALORES


O que pode ser mais importante nessa vida, se não a própria vida?
Damos valor a tantas coisas banais em nossos percursos e muitas das vezes, esquecemos que, só temos uma vida pra viver. A competição do espaço físico e afetivo, nos arremessa a um outro mundo, semelhante ao dos galos de briga em uma rinha com espectadores.
Disputamos com esporões afiados, o direito de ter e de ser e nos classificamos de: Vencedores e vencidos, bem-sucedidos e fracassados. Na busca do poder, esquecemos que, o tempo é curtíssimo e que não somos imortais! Já seria uma grande vitória, termos harmonia familiar em círculo de amizade.
Podemos tudo e não podemos nada. O tempo só é aliado dos sábios, daqueles que têm o discernimento e sensibilidade, que sabem observar as nuances nas mudanças, convertendo as em coisas agradáveis e positivas. Podemos e devemos sim, criarmos condições para que o universo conspire ao nosso favor, abrindo portas, janelas e fendas, para que possamos transpassá-las. A pedra filosofal que tanto procuramos, pode muito bem, estar contida, nas pequenas ações que praticamos, na esperança da felicidade, no beijo que damos em um semelhante, nas mãos que ergue um aflito, nas tentativas constantes de amarmos e sermos amados.
A vida só faz sentido se, acionarmos uma palavra que considero chave, como se um código secreto, descoberto depois de um longo tempo de pesquisas por arqueólogos.  Digo com orgulho, que esta palavra, encontrei entalhada em uma árvore de Pau Brasil na Ilha Grande, Angra dos Reis. 
A autora, tinha acabado de escrevê-la e encontrava-se ainda com o  canivete nas mãos.  Fiquei muito curioso pois, ela olhava para a desenho que tinha acabado de entalhar e sussurrava algumas palavras em um tom baixo e sereno.   Ela ainda não tinha percebido a minha presença e quando cheguei bem perto, pude ouvir com grande satisfação a frase:
- Que este coração entalhado nesta árvore, revele o meu grande amor!  Coincidências ou não, quando ela se virou, deu de cara comigo, olhando nos seus olhos castanho-claro e o seu lindo sorriso na boca, revelava a mulher da minha vida. Olhei para o coração entalhado na árvore e nele continha duas flechas cruzadas e no meio a palavra:  (AMOR).  Eu estava a passeio e ela, moradora nativa.   Foi amor à primeira vista!   Naquele momento, na minha intensa crise de existência aos quarenta, não esperava tanta sorte ainda da vida.  Me mudei para esta Ilha chamada: Abrãao e vivo com ela até hoje.  Este amor eterno já dura oito anos e, espero muitos outros...
O coração entalhado no Pau Brasil, continua sendo restaurado a cada ano, agora com a minha ajuda, e a pedra filosofal escrita entre as setas, sempre ganha um destaque especial como se um troféu e esta Ilha, a partir daquele momento, passou a ser chamada por nós de: A Ilha do Tesouro!



Carlos Mambucaba