Depende de minha visão egoísta do mundo
Se dependesse da minha vontade de dançar
Se dependesse do chocolate
Do cheiro de terra molhada
Da chuva
De meu sorriso
De meu abraço
De minha vontade
De minha preguiça
De meus pensamentos
Do cachorro quente
Da pizza
De meus desenhos
De minhas paixões
De meus amores
De minhas dependências
De minhas raivas
De minhas alegrias
Do pássaro que adora batizar minhas roupas
De meus sapatos
Daquele chapéu que não sei até hoje porque comprei
De minhas falas
De minhas tentativas
De minha felicidade
Do meu jeito anti-social
Da minha mania de detestar agradar
Dos lugares que ainda não fui
Das cartas que não voltei a ler
Do pastel da barraquinha da esquina que nunca comerei
Se dependesse no mínimo de mim
Mas depende apenas de minha visão egoísta do mundo
E se tivesse coragem de exercitá-la talvez nada estivesse como está
Nem eu