Depende de minha visão egoísta do mundo

Se dependesse da minha vontade de dançar

Se dependesse do chocolate

Do cheiro de terra molhada

Da chuva

De meu sorriso

De meu abraço

De minha vontade

De minha preguiça

De meus pensamentos

Do cachorro quente

Da pizza

De meus desenhos

De minhas paixões

De meus amores

De minhas dependências

De minhas raivas

De minhas alegrias

Do pássaro que adora batizar minhas roupas

De meus sapatos

Daquele chapéu que não sei até hoje porque comprei

De minhas falas

De minhas tentativas

De minha felicidade

Do meu jeito anti-social

Da minha mania de detestar agradar

Dos lugares que ainda não fui

Das cartas que não voltei a ler

Do pastel da barraquinha da esquina que nunca comerei

Se dependesse no mínimo de mim

Mas depende apenas de minha visão egoísta do mundo

E se tivesse coragem de exercitá-la talvez nada estivesse como está

Nem eu

Debora Souza
Enviado por Debora Souza em 15/09/2008
Código do texto: T1179262
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