ESSA TAL INGRATIDÃO
Não era para ela estar nessa crônica e sim na das mulheres
que admiro e que já falei de uma delas numa crônica anterior. Mas
como quero falar de ingratidão, pensei nessa Mestra que é minha "idola" desde os tempos da Faculdade. Chama-se Melanie Klein.
Afirma Melanie que acessos de generosIdade exigem frequentemente aplausos e gratidão, cuja falta cria nos generosos a angustia e a sensação de terem sido roubados. Isso acontece ás pessoas cujo enriquecimento interno não está bem estabelecido.
Assim falou a Mestra Melanie; mas o fato é que bem pouca gente deixa de cobrar, e não raro com altos juros, aquilo que dá (ou pensa que dá?) de amor, carinho, afeto, ternura ou lá o que seja.
Dai a velha arenga contra a ingratidão. Parentes, amigos e todos que receberam uma gotinha que fosse de afeto e, em troca, nada fizeram, ou pouco fizeram, receberam o título de ingratos.
Até os filhos ai se encaixam. E olha que amor de mãe é incondicional, desprendido e desinteressado.
O que na verdade será ingratidão para elas?
Ora, mãe se azucrina com as crancinhas ao redor, gritando mamãe pelo dia todo, chorando, brigando, caindo, não querem comer pentear os cabelos, mas querem a toda hora comprar chicletes, sorvetes, tudo que é mostrado na tv.
Leva os filhos ao colégio, dentista, balé, judô, praia, festinhas de madrugada.
E não acha ingratidão quando quer comer e não pode, arrumar-se não pode, conversar, não pode. Nem bater um papo ao telefone ela pode. Chega a ser engraçado falar com essa mãezinha ao telefone "Espera um pouquinho sim? ----- dizem elas, e gritam lá pra dentro: "Vá escovar os dentes! Quantas vezes preciso mandar?
"Desculpe, sim? ---voltam elas para daqui a pouco inerromperem outra vez "Filhinha, se eu for ai, você vai levar uma palmada "Desculpe-me sim? Sim, tá desculpada.
Fantástica a visão de Melanie sobre educar. Se tiverem
oportunidade leiam alguma coisa dela. Vão gostar. Principalmente nós
mamães que deconhecemos essa palavra: ingratidão.