Yo no creo en las brujas
Crer ou não crer, eis a questão.
Um cético decidiu "Yo no creo en las brujas, pero que
las hay, las hay".
Lewi Srauss por outro lado afirmou "Quesalid não se tornou
grande feiticeiro porque curava seus doentes, mas curava seus doen-
tes porque se havia tornado um grande feiticeiro".
Pensamentos, palavras e obras são carregados de supertições que se estendem pelos diversos setores da vida humana.
Sempre ouvi dizer que varrer a casa à noite era perigosissimo. Isto deve ter sido coisa de alguma Amélia subversiva que, à noite queria descansar, coitada! costurar roupa no corpo lembrava mortalha, e era morte quase certa.
E o número 13? esse coitado dava um azar danado.
Treze pessoas à mesa...nem pensar. Que fosse uma delas comer na cozinha, sob a pena de morrer a mais velha delas.
Sexta-feira 13 então, Deus acuda, pior ainda se caisse em agosto.
Mas subitamente o número 13 foi promovido ao honroso posto de dar sorte. Era 13 em pulseiras, balangandãs. E os 13 pontos da Loteria!
Outra coisa terrivel era passar embaixo de escada. O jeito
era ir pro meio da rua, propriedade exclusiva dos corredores frustrados, quando encontravam escada na calçada.
E as pragas? bastava alguem dizer "Tomara que...." e dava tremedeira no corpo todo.
Gato preto, coitado.. tem que ser preto pra dar azar?
Superstição racista? Que eu saiba não existem arianos puros entre os gatos.
As lindas borboletas que tanto amo. Que viessem em bandos azuis, amarelas, multi coloridas, mas nunca as de asas negras.
No entanto, as branquinhas era a certeza de casamento breve.
Pio de coruja, se alguem ouvisse estava perdido. Matava mais que atravessar a rua fora da faixa.
No setor das crendices, os portadores dos bons presságios estão na Bahia, começando pela figa de guiné, que virou brasileira naturalizada.
Desde as esculpidas em pedacinhos de madeira, até as de metal pre-
cioso. Diziam que espantava mau olhado. Reparem se alguma criancinha não tenha usado sua figuinha, o que alás é uma gracinha.
E diversas outras crendices. Até as mais inocentinhas. Colibri aparecendo, visita chegando. Talher que cai no chão é visitante certo: se for garfo é homem---se for colher, mulher. Não perguntem pela faca.
Os tempos agora são outros. Tudo mudou. Mas não custa
nada as pequenas observações. Se vai sair de casa para realizar um bom negócio, entre lá com o pé direito.
E o ser humano apela para o sobrenatural, só de medo da vida seguindo seu curso, que o enolve na trama dos seus mistérios, no segredo de um futuro hermético "o medo natural dos irracionais, é mais racional que o medo artificial dos racionais".