RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO
RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO
Os ensinamentos estéreis e as posições equivocadas são inerentes ao ser hominal, por sua condição de imperfeição e desconhecimento. Sua opinião estereotipada ao invés de ensinar, asseverar e fortificar os pensamentos passa a condição de indolente, onde a inércia intelectual se afigura como excogitação. A palavra lucilente perde pela insensatez a força, levando determinadas pessoas a condição de melindres. Não acreditamos que na época atual ainda nos deparamos com pessoas que trocam as sinonímias e a maneira ínclita de tradução das palavras, na mesma proporção de sintonização, sem venturas e levando-as a tergiversações. Mesmo assim, devemos respeitar o pensamento dos outros para não ferirmos a ética. Ressurreição palavra derivado do latim resurrectione tem como significado segundo os dicionários: ato ou efeito de ressurgir ou ressuscitar; ressurgência. Festa católica comemorativa da ressurreição de Cristo, ao terceiro dia após a morte, cura surpreendente e imprevista, vida nova; renovação, restabelecimento, quadro que representa a ressurreição de Cristo. Na doutrina cristã, o surgir para uma nova e definitiva vida, distinta e, em certa medida, oposta à existência terrestre, e que, a partir da ressurreição de Cristo, aguarda todos os fiéis cristãos. É de bom alvitre que a doutrina cristã não foi criada por Cristo, visto que seus primeiros seguidores eram chamados seguidores do caminho.
Não queremos aqui vestir a toga, mas suplicar que a distorção das parábolas do Mestre não seja tomada de outra forma como fez o grande juiz da época, Nicodemos. Reencarnação é ato ou efeito de reencarnar (-se). É a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. A reencarnação é a conciliação lógica de todas as desigualdades intelectuais com a justiça de Deus. Ela se comprova experimentalmente com a encarnação de Espíritos em certos e determinados ambientes, preditos por circunstâncias que antemão os identificam. Se essa encarnação é possível uma vez, não vemos por que o não seja inúmeras vezes. Não desejamos a perturbação psíquica, nem promover questiúnculas, mas a história está ai para quem não sabe e aqueles que sabem e se fazem de incrédulos. Concílio Ecumênico de Constantinopla II (553) - A Igreja teve alguns concílios tumultuados. Mas parece que o V Concílio de Constantinopla II (553) bateu o recorde em matéria de desordem e mesmo de desrespeito aos bispos e ao próprio Papa Vigílio, papa da época. O imperador Justiniano tem seus méritos, inclusive o de ter construído, em 552, a famosa Igreja de Santa Sofia, obra-prima da arte bizantina, hoje uma mesquita muçulmana. Era um teólogo que queria saber mais que teologia do que o papa. Sua mulher, a imperatriz Teodora, foi uma cortesã e se imiscuía nos assuntos do governo do seu marido, e até nos de teologia. Alguns autores que, por ter sido ela uma prostituta, isso era motivo de muito orgulho por parte das suas ex-colegas. Ela sentia, por sua vez, uma grande revolta contra o fato de suas ex-colegas ficarem decantando tal honra, que, para Teodora, se constituía em desonra. Para acabar com esta história, mandou eliminar todas as prostitutas da região de Constantinopla – cerca de quinhentas.
Como o povo naquela época era reencarnacionista, apesar de ser em sua maioria cristã, passou a chamá-la de assassina, e a dizer que deveria ser assassinada, em vidas futuras, quinhentas vezes; que era seu carma por ter mandado assassinar as suas ex-colegas prostitutas. O certo é que Teodora passou a odiar a doutrina da reencarnação. Como mandava e desmandava em meio mundo através de seu marido, resolveu partir para uma perseguição, sem tréguas contra essa doutrina e contra o seu maior defensor entre os cristãos, Orígenes, cuja fama de sábio era motivo de orgulho dos seguidores do cristianismo, apesar de ele ter vivido quase três séculos antes. Como a doutrina da reencarnação pressupõe a da preexistência do espírito, Justiniano e Teodora partiram primeiro, para desestruturar a da preexistência, com o que estariam, automaticamente, desestruturando a da reencarnação. Em 543, Justiniano publicou um édito, em que expunha e condenava as principais idéias de Orígenes, sendo uma delas à da preexistência. (CHAVES, 2002, p. 185-186). Convém ressaltar que o autor ainda era católico, inclusive, é um ex-seminarista, desde quando publicou esse livro até a 5ª edição (2002), ainda constava do texto o catolicismo como sendo esse o seu credo religioso. Muito antes da vinda de Jesus a doutrina da reencarnação já existia e é grande o número de seguidores, principalmente nos países considerados orientais. Todo estudioso do catolicismo sabe da existência deste Concílio, mas alguns pretensiosos querem mudar a história.
Outra confusão que os que se dizem sabedores da palavra de Deus confundem sempre e sobre a sinonímia - “morto” empregada na Bíblia. “O propósito da promessa de entrada no céu é a de estabelecer a comunhão plena entre Deus e o homem, uma comunhão superior até a que havia no Éden, pois uma comunhão espiritual, feita numa dimensão espiritual, onde o homem será semelhante ao Senhor Jesus, onde não haverá carne nem sangue, onde o corpo abatido será substituído por um corpo glorioso (Fp. 3: 21), onde o homem passará a desfrutar da vida eterna (Ap. 2:7, 11), haverá uma intimidade perfeita com o Senhor (Ap.2:17), desfrutar-se-á do poder de Deus (Ap.2:26,27), da impecabilidade (Ap.3:5), da convivência com Deus (Ap.3:12) e da comunhão existente entre as Pessoas divinas (Ap.3:21). Em suma: o ser humano entrará no céu para que obtenha a glorificação, passe a desfrutar de parcela da glória”. “É importante considerarmos que o céu é este lugar espiritual, que está além da nossa imaginação, a fim de que não venhamos a nos embaraçar com conceitos ou afirmações que levam em conta a literalidade do texto bíblico com relação ao céu”. Como Deus nos quis revelar o que está preparado para os Seus servos, ante a pequenez de nosso entendimento e de nossa compreensão, utilizou figuras e símbolos a fim de que pudéssemos pelo menos ter uma vaga idéia do que o Senhor nos tem reservado daquilo que Pedro denominou de “herança incorruptível” (I Pe.1:4). Desta maneira, jamais poderemos interpretar literalmente as figuras apresentadas nas Escrituras a respeito do céu, visto que são apenas imagens para a nossa compreensão, sem o que, de modo algum, poderíamos alcançar o que nos está reservado.
Lembremos que o céu é a habitação de Deus, é um lugar espiritual, onde a beleza e formosura do Senhor, a Sua glória são plenas e, portanto, tudo quanto nos está revelado por figura será muito mais precioso e maravilhoso do que a própria descrição. Não foi sem razão que o apóstolo Paulo, ao dizer que havia estado no terceiro céu, afirmou que o que viu e ouviu era simplesmente inefável, ou seja, incapaz de ser traduzido em palavras (I Co. 12:4). Outro fato intrigante e que está na Bíblia e que se refere à transfiguração de Jesus: após a transfiguração, quando Jesus ia à direção à Jerusalém, pelo caminho viu um moço e pediu-lhe que o seguisse. O moço respondeu que iria, mas que primeiro precisava enterrar seu pai, que havia morrido. Jesus retruca ao moço que ele deveria deixar os mortos enterrar os seus mortos e recomendou-lhe que fosse anunciar o Reino de Deus. Para muitos, isso é um absurdo, e Jesus não teria tido esse diálogo, narrado em Mateus e Lucas. Estariam então errados os evangelistas? Com relação ao tema, é importante atentarmos para o fato de que Jesus não quis dizer que devemos deixar os cadáveres sem sepultura, mas desejou, como sempre, deixar um ensinamento. Por isso, suas palavras têm um sentido mais profundo. Jesus falou em mortos, não em cadáveres, e recomendou a divulgação do Reino de Deus, que é a vida eterna, a vida do espírito, pois a vida na matéria é temporária e serve como etapa para nossa evolução, nosso crescimento espiritual. Os mortos a que se a Bíblia estão vivendo ainda nos dias atuais.
Os ambiciosos, invejosos, assassinos cruéis, corruptos, não sabem o que é amor, caridade, fraternidade, perdão e nunca ouviram falar em caridade. Esses realmente são os “mortos” a que Jesus se referia. Vamos interpretar melhor as palavras do Mestre, visto que a Bíblia pode ser vista de três formas: Simbólica, alegórica e literal. Se ficarmos na forma literal - estaremos liquidados e mortos com certeza. Queríamos aqui dar uma conotação mais plausível e dizer ao nosso querido irmão Messias Alverne Ximenes de Sousa, que a afirmação dele de que: “não nos deixemos enganar e nos levar por pessoas que pregam o contrário do que nos ensina a sagrada escritura”. No caderno Espiritualidade do jornal O Povo de 14/09/2007 não condiz com a realidade. Contra fatos não há argumentos.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIR