...QUANTO TEMPO AINDA PARA O ALARME TOCAR?...
A minha rotina antes era de horas, depois passou a ser de minutos, hoje segundos parecem espinhos alojados na pele, e não de forma superficial. A cada volta do ponteiro do relógio que está em todo lugar, parece que um fio invisível vai se enrolando ao pescoço e o sufoco não é mais uma sensação apenas. Eu queria um pouco mais de tempo para poder escrever uma poesia que satisfizesse as minhas necessidades de um aspirante a poeta. Eu, que apenas sei observar as coisas que o rio da vida arrasta a minha frente, não encontro a parcela necessária de tempo para estar sentado ali, à sua margem. Outra semana acaba e minha inquietação é cada vez mais evidente, fazendo que os mais próximos tentem me acalmar dizendo que tudo isso passa, mas quem vai passar sou eu, num momento vou mergulhar no rio e deixar que me vejam também com os olhos cansados por não terem tempo de serem livres, mesmo que a correnteza não permitia que a imagem permaneça durante muito tempo. Eu vou continuar lutando para esticar os meus dias e noites, pois eu quero um pouco mais de tempo para poder escutar as respostas para as perguntas que faço nos dias em que ganho o mundo lá fora. Não quero mais ir embora enquanto alguns poucos ainda celebram a vida.
"...yes,
time waits for no one,
and it won't wait for me..." ROLLING STONES