A pegada


Se existe um novo verbo que adoro é " pegar". Prá mim passa a sensação de segurança, de fortaleza, de toque firme, de posse consentida. 
Exatamente ao contrário do verbo " catar". Prá mim, se " cata" lixo, se " cata" traste, se " cata" tudo aquilo que se tem intenção de jogar fora..
Fala sério...existe coisa mais triste do que ouvir alguém dizer: " tô indo catar fulana"??? Só o uso infeliz desse verbo já demonstra o que a fulana representa, o respeito que não merece!
Se bem que, reconheço, existem mulheres que só sendo " catadas" mesmo...aquelas que não sabem se fazer respeitar, que se anulam, que se humilham, que obedecem sem questionar, que ficam tão deslumbradas por ter conseguido um " macho" temporário que passam a encará-lo como dono e acabam se transformando em objetos a serem " catados" de vez em quando....ô dó!!!
Que se prestam ao triste papel de dar moral pro infeliz, que aceitam qualquer humilhação e que acham o máximo se sentirem " propriedade" de alguém...afinal, dono de depósito de lixo também é dono de alguma coisa, não é??
Mas...a " pegada" é diferente! A pegada é sentida como aquela mão firme, aquele abraço que envolve e aninha, aquela boca que beija com desejo e carinho...a pegada é consentida e desejada, a pegada enaltece a mulher, que admite sua fragilidade, mas não abre mão da sua personalidade. A " pegada" é do homem, do companheiro, do parceiro...enquanto a " catada" é do macho, do troglodita e...muitas vezes, da mesma pessoa que " pega" a mulher que gosta e respeita, mas se limita a " catar" aquelas que se prestam a isso.
Sandra Nasrallah
Enviado por Sandra Nasrallah em 13/09/2008
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