AGRADECER
Noutro dia encontrei vários amigos, ex-amigo (talvez) e, em meio a conversas, lembrei que todos à minha frente diziam em outrora que eu era uma pessoa inesquecível, um dos “chapas” muito mais que amigo.
Após tantas recordações em minha mente, observei em seus olhos, que nenhum deles tinha nas memórias, um momento em que eu estava presente, eu era mais que estranho ali, apesar de falarmos dos mesmos assuntos, das mesmas pessoas no mesmo período do tempo.
Fiquei imaginando se eu era (ou sou) o cara “dez” tão mencionado no passado. Em nenhum instante me lembrei dessas pessoas, na minha vida, me ajudando quando precisei. Não recordei, em todas as vezes em que ajudei, que fui mais que irmão, de nenhum deles me dizendo simplesmente “obrigado” ou qualquer coisa como “valeu”. Nunca disseram isto e, por suas feições ali, estampadas num copo de cerveja, nunca diriam. Sempre soube pois eu ajudava a todos sem pedir ou esperar algo em troca (não é do meu estilo).
Por ser deste jeito entendi que, se tivesse exigido um simples obrigado, todos se lembrariam de mim. Teria me feito presente, impondo minha presença ante aos que precisaram de mim e de quem um dia precisei.
Hoje vejo cada um desses rostos e sei que não faço parte de seus passados.
Naquele dia me levantei e quando me perguntaram aonde ia, respondi que seguiria meu caminho, para meu verdadeiro mundo.
Paguei a conta e, olhando a todos me despedi dizendo:
_De nada. Foi um prazer!