Felicidade é balela???
No meu último post, Felicidade, recebi de um colega recantista, o seguinte comentário: "É balela essa coisa de felicidade". Fiquei feliz pelo seu cometário contrário ao que penso, afinal ninguém é obrigado a pensar igual a ninguém. Mas sua frase me fez refletir sobre o tema. quis saber então, o que de verdade sinto.
Depois de refletir bastante descobri que sim, conheço felicidade, sei o que é ser feliz, o que é diferente de está feliz. Às vezes sinto tristeza, raiva, vontade de gritar, de xingar, choro, tenho vontade de desistir de tudo, mas o que sempre fala mais alto é o que sou, é o que nasceu comigo, meus sonhos, minha alegria em viver. Mas isto não era o suficiente para me fazer entender, então fui atrás de respostas mais concretas.
Peguei minha nave do tempo e viajei de volta à minha infância que é onde é semeada em nós a essência do que seremos quando adultos. Nesta viagem descobri, que fui feliz cada minuto da minha vida... Quando brincava com meu irmãos embaixo das mangueiras. Quando cantarolava "Se esta rua fosse minha" sob um sol forte pelo caminhozinho estreito, que ia de casa para a fonte...
Eu era feliz quando sentava-me na varanda de casa e desde aquele tempo já observava encantada o desperdir-do-sol no horizonte alaranjado. Quando me aquecia em volta de uma fogueira onde das labaredas, nasciam pequenas faíscas, que mais pareciam minúsculas estrelas cadentes, que morriam antes de subirem ao céu. Ou com a chuva que fazia um delicioso barulho nas telhas e depois, contemplava admirada a beleza do arco-íris.
Sim eu era feliz em cada amanhecer e isso não é uma prosa poética. Sendo assim como posso acreditar que felicidade é balela? Isto é impossível para mim, pelo que vivi, pelo que vi, pelo que sou e pelo que ainda quero ser. Porque todos os dias quando acordo, sou invadida por uma energia maravilhosa, uma luz que iluminada o meu coração e mesmo quando algo que me deixa triste acontece, eu não deixo isto tomar conta de mim.
Porque eu prefiro falar do vermelho de uma rosa, que do vermelho do sangue como reflexo da violência, não que eu queira fugir da realidade, mas do que adianta eu falar, gritar, criticar se eu não agir? Palavras podem ser bonitas emocionar, chocar, mas o que transforma é a ação.
Eu prefiro atentar-me a cor preta do lápis que contorna meus olhos, ou de uma roupa para combinar com os sapatos, que a cor preta de um abismo profundo que existe em cada um de nós... Mas que só cairemos dentro dele se não acreditarmos em nossa força, nossa capacidade, nossa luz e em uma felicidade que é sim visível se aceitarmos sua presença.
Ela pode até ser breve, mas também pode ser constante, só depende de cada um de nós. Sei que sou especial como cada ser humano é... Amo a vida e tudo que ela me oferece a cada minuto. Isto para mim é felicidade! A vida, a poesia, a música... Meus presentes em meu presente.