COMO SURGE O CONHECIMENTO?

Como surge o conhecimento? Faço-me esta indagação... Será que as idéias são inatas e inerentes à mente desde o nascimento, anteriores à toda experiência? Alguns supõem que sim.

Mas existe também que contrarie tal teoria, um tal de senhor Locke (John Locke , filósofo inglês, 1631/1707) disse que não podia aceitar essas suposições e proclamou que todos os nossos conhecimentos vêm da experiência e através de nossos sentidos – que nada existe na mente a não ser o que existiu primeiro nos sentidos. A mente é no nascimento uma folha limpa, uma tabula rasa, e as experiências sensoriais escrevem nela de mil maneiras, até que as sensações produzem a memória e a memória produz idéias. Se aceitarmos tal conceito, temos que aceitar uma filosofia materialista, haja vista só as coisas matérias podem, afetar nossos sentidos.

Ai entra na jogada um cético escocês de vinte e seis anos, chamado David Hume (1711-1776) , que escandaliza a cristandade da época, segundo palavras de Will Durant, com o seu herético Treatise on Human Nature (Tratado sobre a Natureza Humana), onde afirma que conhecemos a mente somente como conhecemos a matéria, através da percepção, embora esta, neste caso, seja interna. Nunca imaginamos a mente como uma “entidade”; percebemos apenas idéias separadas, lembranças, sentimentos etc. A mente não é uma substância, um órgão que produz idéias; ela é apenas um nome abstrato para a serie de idéias; as percepções, lembranças e sentimentos são a mente. Não há uma alma que se possa observar por trás dos processos do pensamento.

Diante de tais e tais teorias a Igreja reage, os teólogos aflitos, temerosos de que a crença na Divindade desaparecesse, por Deus não haver ainda aparecido em nenhum telescópio pensaram que a fé e os costumes morais poderiam ser fortalecidos se fosse demonstrado que as idéias centrais e básicas eram inatas em todas as almas normais.

Também houve manifestação enérgica por parte do Bispo George Berkeley (1684-1753), tentando derrubar a teoria lockeana do conhecimento que, acreditava ele, provava sim, que a matéria não existe a não ser como forma da mente. Refutando assim o materialismo e afirmando que não temos conhecimento de coisa alguma que seja material. Conseqüentemente, todo o nosso conhecimento de qualquer coisa é meramente a sensação que temos dela e as idéias derivadas dessas sensações.

Agora indague de mim a qual conclusão cheguei. Nenhuma, o que fiz foi embaralhar a minha mente, que ficou estupidamente confusa e já nem sei quem pôs o ovo primeiro, se a galinha ou o ovo ou se o ovo ou a galinha, sei lá eu! Parece até que amanheci pelo avesso hoje. Que droga!!!!

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 08/09/2008
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