Chuva de Bolachas.

Chuva de Bolachas

De Allan Calisto.

Um dia estava eu apresentando com meu grupo de teatro em Natal –RN, um texto nosso chamado o Espetáculo dos marionetes, fazia o personagem do Aparício, um catador de papelão que tinha sido discriminado por umas meninas de classe alta, daí ele encontra uma luva mágica e começa a manipular as meninas, depois ele perde o controle e a luva que manipula o coitado, já no final da peça, as meninas ajudam o Aparício a tirar a luva e todos já estavam se conciliando quando a barriga dele faz um barulho de fome, Laura uma das meninas dá uma porrada na barriga do homem, inocentemente pensando que a luva ainda estava o possuindo, ele diz:

- Não é nada disso, é minha barriga que está roncando de tanta fome!

Então uma das meninas deu uns trocados ao rapaz, e outra,... E outra, quando chegou na vez da Laura ela fala que não tem dinheiro não, mas tem um pacote de bolacha que estava na bolsa e se ele quiser pode pegar.

Nisso levanta uma pessoa da platéia e diz:

- Olha, também tenho uma aqui!

Era um encontro de adolescentes de todo o país, tinha um pouco mais de 600 pessoas no local, e eles haviam recebido antes da pela um kit-lanche.

Logo depois da fala daquele jovem, todos que estavam ali foram ao palco e deram ao Aparício seu pacote de bolacha.

Tinha de chocolate, morango, doce de leite e ao mesmo tempo em que Aparício recebia os pacotes já agradecia a solidariedade do publico.

- Obrigado, de verdade, obrigado, dizia o catador.

Bem, a peça terminou, o publico aplaudiu de pé o elenco demos pela primeira vez autógrafos e nós voltamos para Lavras sul de minas, vinte cinco horas de viagem, comendo bolacha e ainda dividimos para o elenco.

Ao chegar em nossa cidade estávamos cantando:

- Não dá pra agüentar, é bolacha no café, no almoço e no jantar.