CERTO OU ERRADO
CERTO OU ERRADO
O governo do estado de São Paulo tomou uma medida de caráter emergencial procurando a justiça do Estado para vetar a veiculação de uma peça publicitária de nove associações, juntamente com sindicatos da Polícia Civil. Seria exibido no intervalo do Jornal Nacional da Rede Globo de televisão um vídeo sobre a campanha salarial. O vídeo em epígrafe tinha a duração de 34 segundos. A liminar em favor da Procuradoria-Geral do Estado tinha sido concedida pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, Ricardo Dip.
A Agência - Estado fala sobre o assunto e aqui pinçamos o teor do mesmo: “Em seu despacho, o magistrado acatou a tese do procurador-geral, Marcos Fábio de Oliveira Nusdeo, de que a peça "extrapola os limites do direito à informação e livre manifestação, objetivando causar pânico à população". Nas imagens, quatro atores vestidos como policiais civis batem à porta de um gabinete com a inscrição "governador", clamando por uma audiência.
"Governador, queremos falar dos salários, os mais baixos do País", diz uma atriz. "Governador, precisamos falar sobre a segurança da população", diz outro ator”. Olha, isso demonstra a falta de vontade e o desprezo que as autoridades ligadas à segurança Pública têm para com os policiais civis e militares. É doloroso atos desta natureza, mas são constâncias em nosso país. As associações se manifestam, mas achamos que é ‘chover-no-molhado’, pois esse pessoal demonstra gostar “demais de policia”. Continua a mídia:
A Associação dos Delegados da Polícia Civil de São Paulo (Adpesp) já recorreu da decisão. "É uma censura. Nem a ditadura militar fez isso", protestou o delegado Sérgio Roque, presidente da Adpesp. “Não queremos apenas melhores salários, - a proposta é de completa reestruturação da Polícia Civil, mas o governador, mal assessorado, não quer nos ouvir”. “A inserção no Jornal Nacional custaria R$ 150 mil às associações de classe”. Os policiais planejam entrar em greve em data estabelecida pela classe. A categoria quer aposentadoria especial e o direito de eleger o delegado-geral.
A principal reivindicação, porém, é salarial. Os delegados paulistas têm uma das mais baixas remunerações do País (R$ 4.247), atrás apenas de Minas, Bahia e Pará. Isso lá é salário de delegado. Não chega perto do que recebe um vereador de representação. As inversões de valores no Brasil é uma realidade. O risco de vida não se cobre com pequenas quantias, visto que a vida humana não tem dinheiro que pague. Os policiais têm que continuar batalhando por seus direitos, pois os párias da sociedade estão aí praticando as mais diversas barbáries e pelo andar da carruagem denotamos que os governam não dão a mínima para as suas seguranças.
As Forças Armadas brasileiras passam pelo mesmo dilema e em recente manchete de um jornal vimos o alerta que elas estão sucateadas e a Segurança Externa do País como fica? Entregue as baratas certamente. Hoje, existe certo temor de que o efetivo das FFAA vem a diminuir cada vez mais, visto que o interesse dos jovens pelo militarismo teve uma queda acentuada e isso preocupa a todos os brasileiros. O cargo política está imantando profissionais de várias modalidades e especialidades. Médicos, professores, policiais militares, dentistas são em percentuais bem maiores candidatos a um cargo eletivo.
As benesses da função política fazem a cumulação de concorrentes aos cargos de vereadores e prefeitos. É dura a realidade, mas a verdade precisa ir à tona. O atendimento médico já é precário e a diminuição destes profissionais com o ingresso em cargos políticos complica ainda mais a área da saúde.
Aliás, todos querem provar das delícias, dos sabores, dos encantamentos que um cargo político oferece. Estamos perdidos e não sabemos. Temos que nos inteirar da situação caótica que passa o Brasil e poderá ficar mais complicado se não houver renovação. Isto acontecendo à vaca irá para o brejo com certeza.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIR/CE