Festa italiana? DI GIUBBINADA!

_ Tia Carolina, que saudades!Nossa! Você está jovem e bonita!

_Nãããão! Não sou a Carolina, sou a sua filha!

O largo sorriso, de repente, amarelou! Vexame a parte, como pôde não identificar a mãe, da filha!

Outros participantes da ruidosa festa, também, já não se reconheciam! Trocavam os nomes dos pais, pelos dos filhos, com os dos netos..., e assim, por diante. A roda do tempo costuma apagar fisionomias, nomes, idéias...

Mas! De uma coisa eles e elas sabiam. Estavam na festa certa! É que todos ali, descendentes de italianos pertenciam aos Giubbinas.

Sem dúvida, Ishtar, a deusa-do-tempo, cujos movimentos governavam as estações, proporcionara mudanças na parentada e nos seus agregados. Muitos membros das gerações mais velhas presentes na festa de confraternização, acontecida há dez anos, em 1998, já partiram desta prá melhor, e, deram o lugar para a mais nova, agora munidos de fraldas, chupetas, mamadeiras e toda a parafernália que os acompanha.

C'est la vie! Ops!? O narrador se empolgou e trocou os idiomas. Será que não seria: Quest la vita!

_Noventa anos. O que? Noventa anos?

Isso mesmo! Tia Amália, a única filha viva, dos treze filhos, do casal de imigrantes, Luiza Prezotto Giubbina e Ângelo Giubbina esta beirando um século de existência.

A tia comemora o seu aniversário reunindo na chácara da sua afilhada Ana Beatriz, também uma Giubbina, o equivalente a duzentos convidados, e, como são amigáveis, barulhentos, enfim, todos de uma alegria contagiante.

Convenhamos uma festa assim só poderia ter sido idealizada, coordenada por sua sobrinha Mercedes, discípula do grande Michael Christensen.

_Michael Christensen?

Memorize esse nome, caro leitor, e o besteirol vai ficar a solta, pois é, Michael um hilariante palhaço americano, diretor do Big Apple Circus de Nova Iorque, apresentava-se com a sua troupe em um hospital, e, como não encontrava nenhuma criança entre os seus espectadores, pediu permissão e foi até ela, na ala infantil deste mesmo hospital. E pasmem o vírus da cura se instalou em cada corpinho doente, acionado pelo remédio do riso dos Doutores da Alegria.

Nossa! A família Giubbina em peso poderia fazer parte desses tais doutores!

Fotos! Música!Dança! Canto! Riso!E sorvete!

Sorverte?

Empurrando o carrinho, a Maria Luiza, uma Giubbina da terceira geração, espalhava o picolé, desfrutando da sua recém nomeada profissão, com genialidade.

_Picolé, picolé só não desfruta quem é ruim da cabeça ou doente do pé!

Três Tempos! Três Histórias! Passado é um tempo sem retorno, o presente é um tempo transitório e o futuro é um tempo de descobertas.

_Parabéns, prá você nesta data querida... Viva a Tia Amália! Viva a família Giubbina!

Quatro Tempos! Quatro maneiras de fazer história! Tempo físico, tempo psicológico, tempo cronológico, tempo histórico. Cada um possui uma característica para que a narrativa da vida se complete.

O tempo cronológico, histórico e físico são responsáveis pela ordem real e concreta dos acontecimentos, diretamente ligados ao evento da escolha feita pelos italianos a sua futura pátria, o Brasil. Já o tempo psicológico possui a função de impor o ritmo da narrativa de acordo com a preferência do narrador, a voz que nos conta o fato, e que sem dúvida, também é Giubbina!