Será que Deus Existe?
Será que Deus Existe?
Crônica de Otrebor Ozodrac
Será que Deus existe? Perguntou certa vez um jovem a um homem velho!
- Se existisse. - disse o jovem! Não haveria crianças morrendo pela fome, sendo estupradas e velhos abandonados. Ele certamente não permitiria que as guerras ocorressem. Puniria todos os corruptos que enganam o povo, os hipócritas que vivem da desgraça alheia. Não consentiria que seu próprio filho fosse crucificado, e mais, que após a sua morte, seus feitos servissem de motivo para guerras e destruições, como ocorreu na idade média, onde milhares de homens, mulheres e crianças foram levados à morte na fogueira, por heresia. Não toleraria que Hitler quase exterminasse os judeus e causasse tantos danos à humanidade.
O homem velho coçou a cabeça, como estivesse em duvida, pigarreou e disse:
- Estou de acordo com você em quase tudo. Apenas não concordo de como você vê Deus!
Deus, que sabe, pois é onisciente; tudo vê, pois é onipresente, não teve principio nem terá fim. Sabe, por quê? Porque ele habita o nosso interior, ele está dentro dos nossos sentimentos. O homem bom e digno! Carrega Deus em seu coração, que para nós representa o órgão responsável pelos sentimentos. O homem bom e digno, não necessita para ser bom, de prêmios após a morte, nem teme os castigos que lhe possam ser impingidos após o seu óbito. Não necessita temer a Deus, pois ele não teme a si próprio.
- Mas velho!- disse o jovem. – Tu também não crês em Deus?
- Na minha vida pouco ou nada sempre tive. Na minha casa tinha tudo o que não faltava. Nunca fui rico, pois para ser feliz nunca necessitei de riquezas. Sempre dosei com cautela, o trabalho, a recreação e o descanso. Minha mente sempre se manteve limpa, as minhas preocupações sempre foram efêmeras e sempre causadas por meus entes queridos, quando estes estiveram enfermos. Se eu fosse rico, certamente não dormiria a noite pensando que poderia ser roubado. Duvidaria de meus amigos, pois eles poderiam querer as benesses de meu dinheiro. Estaria cercado de parentes e amigos, sem saber se era a mim ou o dinheiro que eles queriam.
Embora pobre, nunca deixei de repartir o meu pão com aqueles que o necessitasse. Nunca deixei de estender a mão para amparar o meu semelhante em dificuldade.
Em meu coração havia amor, tanto amor que o transbordava, sem deixar lugar a qualquer outro sentimento, como, o ódio que nos corroe, a raiva que nos tira o controle emocional, a ganância que nos torna louco pelo ganho ilícito. Nunca me preocupei em satisfazer as precisões e vicissitudes da vida, pois de tenra idade já sabia, que o homem, quando atende a uma necessidade, ele cria outras, num crescente estado que o torna cativo das próprias faltas. Por isso apenas sempre atendi as básicas da sobrevivência. Mas se eu também não acredito em Deus? Eu respondo: Se for o Deus que você, teme por poder condená-lo ao inferno, aquele que o está espiando em todos os momentos, tolhendo a nossa privacidade, aquele que criou o homem a sua semelhança, e deixou que ele pudesse ter inúmeras falhas, como: Taras, falhas de caráter, aberrantes genéticos e tantos outros defeitos da formação. Será que a sua criatura criada a sua semelhança, não merecia ser perfeita como ele? Não nesse Deus eu não acredito. Mas eu acredito, no Deus que tenho dentro de mim.
Recado do escritor:
Se gostou ou não gostou, sua critica é muito importante para mim.
Assim sendo, diga o que estiver pensando apos ler este conto.
Muito Obrigado
Otrebor Ozodrac.