O discurso e a prática
Dois andarilhos na estrada de Emaús conversavam entre si, cabisbaixos, tristes, avaliando os últimos acontecimentos em Jerusalém. O papo era carregado de queixas, perguntas e lamentações. De repente, um desconhecido, mas apenas um outro andarilho, se aproximou e entrou na conversa. O estranho tinha uma maneira de falar que fazia seus corações arderem. Suas palavras continham doçura, autoridade e conhecimento. Certamente que lembrava alguém, mas absortos, não queriam perder o conteúdo da conversa, por isso não se deram o trabalho de perguntar quem ele era, de onde vinha, para onde ia. Nada era mais importante que ouvi-lo. Quando chegaram a seu destino, insistiram com o forasteiro a ficar com eles. Ainda encantados com seu discurso, queriam ouvir mais, mesmo sem saber de quem se tratava. Entretanto, foi no momento em que o desconhecido partiu o pão que eles reconheceram que era Jesus.
Assim Jesus se torna conhecido, pelo que fala (palavra) e por partir o pão (obras). Geralmente queremos ser conhecidos como discípulos do Mestre Galileu pelo que pregamos. Presumimos que o nosso discurso trará à memória dos nossos interlocutores a imagem de Jesus, mas sem partir o pão jamais o faremos ser lembrado, jamais traremos a Sua presença ao mundo, jamais nos identificaremos com Ele. O calor forte da palavra nos coração dos ouvintes se congela sem partir o pão.
Esse é o nosso desafio: tornarmo-nos um com Ele, em palavras e obras, em discurso e prática.